quarta-feira, 23 de abril de 2008

Por muito querer à sua terra (1)

Encontrando-se de há muito esgotada a primeira edição, datada de 1881, entenderam por bem, e para bem de todos nós, a Câmara Municipal de Guimarães e a Sociedade Martins Sarmento, reeditar a obra máxima do Padre António José Ferreira Caldas, «Guimarães, Apontamentos Para a Sua História».
Nascido em 1843, foi este "Este espírito ilustrado, aprimorado cultor das letras(...) , um escritor esmerado e jornalista vigoroso", nas palavras do prefaciador da actual edição, Francisco Martins, num texto datado de 1923.
Nele, "o sentimento de amor à Pátria" foi uma realidade de todos os dias.
Sobre Guimarães, escreve:
"Guimarães, cúria augusta do primeiro Afonso, berço nobilíssimo da monarquia portuguesa, assenta em prados verdejantes, que se alastram nas fraldas ocidentais da serra pitoresca de Santa Catarina(...). É tão aprazível e bela a sua estância que um dos nossos antigos infantes, ao contemplar Guimarães da vertente da montanha, dissera enleado por tão formoso quadro: quem te deu, não te viu, se te vira, não te dera. Aludia, diz Frei Leão de S. Tomás, aos reis antepassados, que doaram a vila à Casa de Bragança, o que decerto não fariam, se a vissem tão bem assentada, tão bem murada, coroada de tanta frescura e arvoredo, e tão formosa em si.
(...) Daqui nasce, que, sendo tão pequena esta região, é sumamente fértil, e a benignidade dos seus ares, a afluência dos seus rios, as abundâncias e delícias dos seus campos comprovam a fama do seu admirável temperamento, donde se animou a dizer Manuel de Faria que se no Mundo houve Campos Elísios, existiam nesta Província, e se os não houve, merecia que somente os houvesse nela..."

2 comentários:

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
bela formulação de um canto de Terra! Claro que coincidindo hoje a Herança da Coroa com a casa Brigantina, é como se a vista do Berço da Nacionalidade tivesse feito a Casa Reinante arrepiar caminho.
Beijo

cristina ribeiro disse...

Paulo, ainda hoje fico fascinada com as Figuras aqui nadas.
Sócia que sou da Sociedade Martins Sarmento (agora Fundação,de elevado interesse público) vou, muito através do que aí se vai publicando e dando a conhecer, nomeadamente na blogosfera- pois que congrega vários esforços em variadas áreas- tomando conhecimento da riqueza da História Local, que muito engrandece a nossa História Nacional.
Beijo