sexta-feira, 11 de abril de 2008

O "meu" Paul

Este, muito provavelmente um terreno alagadiço em tempos muito remotos, era o lugar das brincadeiras. A cada dia, mal acabavam as aulas na Escola Primária, era para aqui que nos dirigíamos: os rapazes, para jogar ao botão, antecessor do berlinde, com que brincam os sobrinhos, as raparigas entretínhamo-nos a fazer o nosso "flower power", enfeitando-nos com grinaldas de heras, que pendiam dos muros da quinta ao lado, pertença de uns senhores de Lisboa.
Era também aí que, uma vez por mês, parava a carrinha Biblioteca Itinerante da Gulbenkian: era uma festa- cada uma de nós a chamar as amigas, aos berros, literalmente, porque tínhamos encontro marcado com as personagens de Enid Blyton, o Noddy, primeiro, os Cinco e os Sete, depois...
Hoje, o Paul continua lá, mas já não é o mesmo: os muros da quinta (tão linda! ), já não têm aquele arvoredo todo, que fazia as nossas delícias; as crianças da Escola deram lugar aos reformados, que aí vão jogar às cartas.
Hoje resolvi ir tirar algumas fotografias, antes que o "meu" Paul desapareça por completo...

2 comentários:

O Réprobo disse...

Lindíssimo, Cristina! E apraz-me saber que também passou pela escola Blytoniana.
Beijo

cristina ribeiro disse...

Obrigada, Paulo. É que este sítio para mim era como que a extensão da Escola, um lugar muito, muito querido, e ainda hoje,quando passo lá vêm-me à memória aqueles que, acima de todos, foram os "anos dourados".
Ver aquela carrinha cinzenta cheia de livros, com um senhor muito simpático, que já conhecia os gostos de cada um de nós, era uma emoção difícil de descrever...
Beijo