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sexta-feira, 9 de maio de 2008

Lisboa Arruinada (31): Av. da Liberdade. O prédio do El Cabezudo

Este autêntico escândalo citadino existe há muitos anos. Dois prédios - um já demolido e outro que apresenta apenas a fachada arruinada - foram destruídos para o fim que a imagem mostra. É a prova da inépcia das autoridades e de um hipotético negócio especulativo que não vingou. Este buraco situa-se diante da entrada sul do metro da Avenida, ao pé da estátua do "El Cabezudo", vulgo Simão Bolivar, o grande herói chavista avant la lettre.

Lisboa arruinada (31): Av. da Liberdade



Três prédios abandonados na Avenida da Liberdade, a principal e mais bonita artéria da capital. Os dois primeiros situam-se mesmo antes de chegarmos aos Restauradores e estão neste mísero estado há muitos anos, o primeiro dos quais há umas duas décadas! O último em estilo "mourisco" já ostenta preocupantes avisos na porta principal e no último andar, os vitrais estão partidos há muito tempo. Sabemos o que isto indicia e alguns metros mais acima na avenida, lá está o "Pirata das Caraíbas" tal e qual como sempre. A ameaçar ruir de um dia para o outro. Uma vergonha.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Lisboa arruinada (29) O terreno da Feira Popular

Em Entrecampos, o enorme terreno onde outrora se ergueu a Feira Popular, encontra-se limpo de ruínas e aguarda por novas construções. A cidade de Lisboa tem sido privada de espaços de lazer e a Feira Popular foi um grande polo de atracção durante décadas, onde gerações se divertiram no luna park disponível, comemorando aniversários ou participando em patuscadas nos Santos Populares. É um apetecível espaço para o sector betoneiro que domina o país e é com preocupação que os lisboetas imaginam o uso a que está destinado. Será decerto mais um colosso a perder de vista e sem qualquer interesse para a população, com volumetrias disparatadas, alumínios e placas em pedra polida ao gosto de qualquer WC de hotel de Tegucigalpa. Nada de novo.
Lisboa precisa urgentemente de espaços lúdicos adaptados às novas necessidades de uma juventude adepta de novos desportos e formas de lazer. Este terreno seria ideal para a construção de um prolongamento do jardim do Campo Grande, estendendo a malha verde em direcção ao renovado Campo Pequeno e incluindo pistas para ciclistas, skatters e patinadores.
Argumentarão com os compromissos tomados. Gesticularão com a ameaça de indemnizações, processos em tribunais nacionais e europeus. O interesse da comunidade está muito acima dos jogos da especulação e seria curioso verificar até onde pode ir a cumplicidade entre as diversas forças políticas dominantes na Câmara e as empresas investidoras interessadas ou "proprietárias" do espaço. Como disse anteriormente, nacionalizações ou expropriações "Por Bem" não amedrontam seja quem for. Ficamos à espera de um projecto do arq. Ribeiro Telles.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Lisboa arruinada (28) r. Rodrigo da Fonseca

Muito perto da rua Braancamp, este prédio abandonado. Ao lado, um mamarracho moderno e à sua direita, um outro belíssimo exemplar do princípio do século, praticamente vazio.

sábado, 5 de abril de 2008

domingo, 30 de março de 2008

Lisboa Arruinada (26) Av. 5 de Outubro


Reparem bem no prédio à direita da segunda imagem. É com este tipo de construção terceiro-mundista que Lisboa pretenderá ser uma capital atraente para o turismo internacional.

Lisboa Arruinada (25) Av. 5 de Outubro

Parece-me que hoje estou com dificuldades em carregar imagens no blog. Tenho guardadas algumas fotos desta avenida que publicarei oportunamente. A 5 de Outubro foi praticamente arrasada e é hoje um exemplo da péssima construção que por cá se vai fazendo. Responsáveis? A rafeiragem dos bancos e companhias de seguros - não esquecendo alguns hotéis - que por lá proliferam como cogumelos venenosos. Encomendaram os projectos de "arquitectura" mais repugnantes e baratuchos que encontraram no mercado e betonaram em grotesca volumetria, centenas de metros quadrados por quarteirão. Culpa final: da CML que teve a ousadia de aprovar projectos. Outras culpas anexas? IPPAR que não classificou toda a zona compreendida entre a Gulbenkian e a Alameda. Pouca vergonha!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Lisboa Arruinada (24) Av. Visconde de Valmor




Edifícios da época da construção das avenidas novas. Degradados e fechados, esperam o camartelo. A situação de trágica torna-se irónica, porque o nome da avenida Visconde de Valmor, remete-nos para o mais conhecido Prémio de arquitectura de Portugal. Não deixa de ser simbólico.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Lisboa Arruinada (23) Av. da Liberdade


Não se trata de uma imagem do galeão do "Piratas das Caraíbas". Não sei o que se passa com estes dois magníficos edifícios, mas a ruína em que presentemente se encontram na principal artéria de Lisboa, é simplesmente demonstrativo do estado a que chegámos.

Lisboa Arruinada (22) a rua Rosa Araújo




A Rua Rosa Araújo, situa-se em pleno centro de Lisboa e tem início na Av. da Liberdade, terminando bem perto do Hotel Altis (Rodrigo da Fonseca?). Duzentos metros de ruela, com seis belos edifícios destruídos ou em vias de desaparecer. Sugiro que na próxima patuscada organizada pelo PS no dito hotel, façam um intervalo no ágape e visitem as redondezas. Talvez os habituais "espontâneos" das camionetas do coirato, insistam em ocupar os prédios. Antes isso...

Lisboa Arruinada (22) a rua Rosa Araújo


segunda-feira, 17 de março de 2008

Lisboa Arruinada (21)



Nuno correndo o risco de me intrometer na excelente série que tens levado a cabo, não resisti a deixar aqui estas fotografias, de um prédio na Rua do Forno do Tijolo, pasme-se, propriedade da Caixa de Previdência do Ministério da Educação Nacional, conforme mostra a placa dourada.

domingo, 16 de março de 2008

Lisboa Arruinada (20)




A pequena Rua Almirante Barroso (entre a Praça da Estefânia e a Praça José Fontana), tem sido uma das vítimas da sanha demolidora. Em pouco mais de 100 metros, temos quatro prédios, de épocas diferentes, a ameaçar destruição.

O almirante Barroso foi o vitorioso comandante da Marinha Imperial Brasileira na batalha fluvial de Riachuelo (11-6-1865) , durante a Guerra do Paraguai (1864-65). Nascido em Lisboa em 1804, ingressou na marinha em 1821 e serviu o Império, até à sua morte em 1885.

Lisboa Arruinada (19)


Na Duque de Ávila, diante da antiga estação rodoviária.

Lisboa arruinada (18-a). Defensores de Chaves


Lisboa Arruinada (18)


A Defensores de Chaves está já há anos, transformada num estaleiro. Obras do metro, feliz remoção da estação rodoviária e, como sempre, as demolições destruidoras do património. A cidade de Lisboa assemelha-se a uma gigantesca boca cheia de dentes cariados, que alternam com buracos deixados por outros, entretanto arrancados. Já é tempo de encontrar um bom dentista...

Lisboa Arruinada (17)


O edifício da primeira imagem, foi sede de campanha de Soares em 86 (primeira e derradeira vez que votei em alguém para esse "cargo"). A porta principal já foi emparedada e se o casarão - miniatura do Palácio Foz - ainda não foi destruído, isso deve-se, creio eu, ao facto de o Instituto Rubinstein estar em funcionamento. Este palacete deve ser preservado e aqui apelo aos drs. Mário e João Soares, no sentido de procurarem evitar o desaparecimento desta casa que um dia, fez parte da sua história.

O exemplar fim de século XIX que surge logo abaixo, é uma das poucas boas notícias a dar. Como podemos ver no cartaz que foi colocado na fachada, será reconstruído para habitações de luxo. No entanto, o que irão fazer com o prédio contíguo que surge à esquerda da imagem?

O Saldanha, tal como a Avenida que nele nasce e termina em Entre Campos (nem escrevo o nome...), é uma das zonas mais devastadas de Lisboa. Destruíram o Monumental, cuja arquitectura era muito própria da sua época. Em seu lugar, ergueu-se um miserável sucedâneo, sem qualquer interesse e onde o abre-loja-fecha-loja é constante. Diante desse mastronço, o sr. Bofil concebeu outra imundície, com uma volumetria disparatada e onde a gestão interna do espaço é anedótica. Onde hoje existe o pretensioso Atrium (!) Saldanha, ergueu-se outrora, aquele que foi conhecido como "prédio do anjo". Nas fotografias do início do s. XX, alusivas à colocação da primeira pedra e à inauguração do monumento do marechal, são bem visíveis alguns prédios infelizmente desaparecidos, entre os quais, o do anjo.

sábado, 15 de março de 2008

Lisboa Arruinada (16) O Dispensário de Alcântara

Lisboa Arruinada - O Dispensário de Alcântara (16)

A Rainha D. Amélia no Dispensário de Alcântara

A Rainha D. Amélia de Orleans e Bragança (1865-1951) casou com o rei D. Carlos I e foi a última rainha de Portugal (1889-1908), sendo contemporânea da construção do edifício da Escola Médica, hoje da Faculdade de Ciências Médicas.

Foi notável o seu papel no campo da cultura e da assistência, destacando-se neste o apoio que deu á luta contra a tuberculose, iniciado em 1889 e que evoluiu para a Assistência Nacional aos Tuberculosos, e a criação do Instituto Bacteriológico em 1892, mais tarde baptizado com o nome de Câmara Pestana.

Em 1893 a Rainha fundou em Alcântara, em edifício próprio ainda existente e cuja varanda o painel de azulejos retrata, o primeiro dispensário moderno, destinado á assistência de crianças pobres até aos 12 anos de idade. O Dispensário de Alcântara tinha por objectivo fornecer às crianças leite e alimentos, cuidados e conselhos de higiene, vigilância médica e medicamentos. Foi seu primeiro director o Dr. Augusto da Silva Carvalho, as freiras prestavam o apoio e os cuidados de enfermagem, a Rainha e a Condessa de Sabugosa encarregavam-se das visitas domiciliárias, num genuíno Serviço Social, que prolongava o Dispensário para o seio da comunidade civil carenciada.

in Boletim da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa

Lisboa Arruinada (16)



O Dispensário de Alcântara é uma das muitas obras de assistência promovida pela rainha D. Amélia. Prosseguindo actividades de cariz social que ao longo dos séculos foram apanágio das rainhas de Portugal, D. Amélia introduziu o moderno conceito de assistência social, tal como hoje o entendemos. Assim, aquilo que se entendia então por caridade, adquiriu fundações mais sólidas, ligando-se à formação de mentalidades - higiene, cuidados preventivos, assistência continuada - e a rainha, desde sempre insistiu junto dos governos, pela implementação das novas áreas da ciência que ainda não tinham chegado ao país. O Instituto Pasteur (Câmara Pestana), os Lactários Públicos, as Cozinhas Económicas, os Socorros a Náufragos, ou as numerosas creches e a modernização dos hospitais, contam-se entre as suas obras mais relevantes. No entanto, para a memória de todos, ficou a inestimável Assistência aos Tuberculosos. O Dispensário de Alcântara foi durante anos, uma visita quase diária e mesmo no exílio, jamais descurou das suas necessidades, mantendo-se em permanente contacto com o corpo médico em exercício. D. Amélia preocupou-se sempre em garantir o permanente funcionamento daqueles serviços à população. Em 1945, quando da sua visita a Portugal, não deixou de visitar esta sua obra, assim como a sede da S.L.A.T. (ao Cais de Sodré). A população correspondeu com um inaudito banho de multidão, numa época em que as manifestações que não tivessem convocatória oficial, eram rigorosamente controladas ou proibidas. Foi talvez, uma das poucas vezes em que os lisboetas estiveram em contacto com uma personalidade que para muitos, simbolizava uma liberdade e um verdadeiro constitucionalismo há mais de três décadas perdido.

O Dispensário de Alcântara está hoje vazio, fechado. Há uns meses, ostentava na fachada, o cartaz com o esperado e temível "Vende-se". Sabemos o que nesta época, isto significa: destruição. O apagar da memória da nossa História. Este edifício é simbólico da vontade e do sonho de progresso de uma mulher , que quis que Portugal entrasse plenamente no século XX, a par das outras nações civilizadas da Europa. Por si só, a rainha D. Amélia foi um autêntico ministério dos Assuntos Sociais sete décadas antes de o termos criado. Desta forma, o Estado Português, a CML e entidades privadas ou beneméritas, tudo deverão fazer para o preservar. A destruição do Dispensário de Alcântara será mais um crime, uma infâmia. Mais uma vergonha. Até quando?