Eu adoro a palavra naïf, acho que talvez tudo que ela exprima não seja somente o que significa em português: ingênuo. Ser ingênuo é não usar nem uma parte de inteligência. O naif é ver o mundo de uma forma infantil, inocente, de encantamento, feito as crianças diante de tudo. Somente esta visão consegue recuperar uma tonelada de coisas que estão sufocadas pela contemporaneidade. Exemplo: a paisagem urbana. Neste momento ouço uma das canções da banda brasileira Los hermanos, indico aos meus amigos lusos, vão gostar. "A gente se deixa guiar pelo afeto. Estamos só querendo fazer música bonita, que seja agradável pra gente tocar", diz Marcelo Camelo. Essa é uma das frases dele que li em uma qualquer entrevista que achei aqui na net. E das críticas que li me lembrei sempre do embate que há atualmente entre arte contemporânea (entenda-se arte conceitual) e pintura. Dias atrás, numa palestra que fui (aliás, palestra perfeita) do pintor Geraldo Souza Dias, ele falava sobre a atitude das pessoas (artistas) diante do fato dele trabalhar com pintura. Ele contou que muitos artistas perguntam a ele "e você? ainda está pintando?" Tipo: "Ainda, não aprendeu a fazer outra coisa?"
É que ele, como pintor que é, não constrói mega instalações de papel de lixo com bolinhas de gude envoltas numa bula complexa escrita pra explicar a obra.
Enfim, esse embate entre pintura e arte contemporânea é bem parecido com o que li sobre as letras do último CD de Los hermanos. Essa frase do Camelo diz tudo, e é bem naif, "fazer música bonita, que seja agradável pra gente tocar". É bem o que eu penso da arte, e que também falou Geraldo Souza Dias. Se ele tem vontade de pintar uma marinha, ele pinta. Pinta o que lhe apetece. Sem complexos conceitos "duchampinianos", e é aí que a crítica, me referindo agora à crítica de artes visuais, se irrita. Do que eles falarão ao ver uma marinha pintada? Não há o que inventar, a marinha não produz palavras complexas, conceitos relativos do nada pro nada. É apenas marinha: a cor, o azul, a pincelada.
É que ele, como pintor que é, não constrói mega instalações de papel de lixo com bolinhas de gude envoltas numa bula complexa escrita pra explicar a obra.
Enfim, esse embate entre pintura e arte contemporânea é bem parecido com o que li sobre as letras do último CD de Los hermanos. Essa frase do Camelo diz tudo, e é bem naif, "fazer música bonita, que seja agradável pra gente tocar". É bem o que eu penso da arte, e que também falou Geraldo Souza Dias. Se ele tem vontade de pintar uma marinha, ele pinta. Pinta o que lhe apetece. Sem complexos conceitos "duchampinianos", e é aí que a crítica, me referindo agora à crítica de artes visuais, se irrita. Do que eles falarão ao ver uma marinha pintada? Não há o que inventar, a marinha não produz palavras complexas, conceitos relativos do nada pro nada. É apenas marinha: a cor, o azul, a pincelada.
Um comentário:
Então, Chris, a isto há que acrescentar que o termo naif é bastante lato. Como é que classifica Marc Chagall? :)) Percebi bem o que quis dizer.
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