segunda-feira, 26 de maio de 2008

O ataque aos moçambicanos


As imagens que nos têm chegado da África do Sul, apontam para mais uma tragédia a que aquela parte do mundo nos tem habituado. Desta vez, as vítimas da brutalidade xenófoba são os emigrantes - muitos deles refugiados de países como o Zimbabué, ou os trabalhadores contratados, como aqueles oriundos de Moçambique - que no país de Mandela procuraram encontrar melhores condições de vida. Mortos à cacetada, cortados com catanas, alvos de armas de fogo ou queimados vivos, não têm beneficiado de uma protecção eficaz por parte das autoridades de Pretória e assim, amontoam-se em combóios e autocarros, numa desesperada fuga que lhes permita pelo menos salvar a vida. 
As notícias indiciam uma iminente catástrofe humanitária e aqui apelamos ao governo português para que tudo faça junto das autoridades sul-africanas, no sentido de ser proporcionada a protecção e a assistência às vítimas. A comunidade portuguesa e luso-descendente devia igualmente participar no esforço que é uma obrigação moral. Os moçambicanos têm sofrido enormemente com a situação e a CPLP terá decerto um vasto campo de actuação, desde a pressão diplomática, à assistência humanitária junto da população atingida. Esperamos que a reacção seja célere e eficaz.

* Na imagem, "A Fuga", ilustrando a debandada das populações devido a uma queimada. 

3 comentários:

cristina ribeiro disse...

Que triste sina a daquele povo. Nós temos razões para nos sentirmos mal, mas a imensa maioria dos africanos...

Pedro Fontela disse...

Não estou muito a par da acção diplomática portuguesa mas se não estou em erro o país não faz nada para pressionar o governo Sul Africano quanto aos nossos emigrantes lá, não sei o que poderia fazer para outros países ainda que membros do mesmo clube linguistico.

Nuno Castelo-Branco disse...

Bom, parece que desta vez a embaixada portuguesa está a portar-se como DEVE. E ainda bem, é o mínimo a fazer. Há muitas maneiras de ajudar e sendo membros da UE, decerto a pressão pode chegar via Barroso. O dinheiro é que manda, infelizmente.