Esta a frase, retirada d'«A Relíquia», que inspirou Teixeira Lopes na concepção da estátua sita no Largo do Quintela, em Lisboa.
Aquando da inauguração do monumento, oferecido à cidade pelos amigos e admiradores de Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, tomou da palavra para dizer: " Não é um retrato literário do insigne escritor que me proponho traçar- o meu fim é unicamente fazer notar a Lisboa que Eça é, como romancista, o mais fundamental e genuinamente lisboeta de todos os escritores nacionais(...).
Lisboa foi o seu laboratório de arte, o seu material de estudo, a sua preocupação de crítico, o seu mundo de escritor(...)e, a pouco e pouco, se tornou ele próprio enraizadamente lisboeta. Os seus contos e as suas novelas são o espelho desse consórcio do seu espírito com o espírito da vida lisbonense(...). E nesse vasto cenário toda uma densa população pulula, ama, pensa, estuda, combate, intriga, devora ou boceja...; contemplando o enigmático vulto de mulher olímpica, agora aqui colocado, junto do vulto do meu saudoso amigo, eu concluo perguntando-me se essa gloriosa figura, em vez de personificar uma pura e etérea abstracção estética, não é antes a estátua mesma de Lisboa".
Aquando da inauguração do monumento, oferecido à cidade pelos amigos e admiradores de Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, tomou da palavra para dizer: " Não é um retrato literário do insigne escritor que me proponho traçar- o meu fim é unicamente fazer notar a Lisboa que Eça é, como romancista, o mais fundamental e genuinamente lisboeta de todos os escritores nacionais(...).
Lisboa foi o seu laboratório de arte, o seu material de estudo, a sua preocupação de crítico, o seu mundo de escritor(...)e, a pouco e pouco, se tornou ele próprio enraizadamente lisboeta. Os seus contos e as suas novelas são o espelho desse consórcio do seu espírito com o espírito da vida lisbonense(...). E nesse vasto cenário toda uma densa população pulula, ama, pensa, estuda, combate, intriga, devora ou boceja...; contemplando o enigmático vulto de mulher olímpica, agora aqui colocado, junto do vulto do meu saudoso amigo, eu concluo perguntando-me se essa gloriosa figura, em vez de personificar uma pura e etérea abstracção estética, não é antes a estátua mesma de Lisboa".
9 comentários:
Pena que o vandalismo cortador de braços tenha obrigado à sucstituição por réplica de bronze. E não é de agora, já António Arroyo se queixava do mesmo, relativamente a esta escultura, em 1919!
Interessante foi a reacção de um velho criado da família da Mulher de Eça. Levado a ver a estátua, o idoso Sr. Manuel exclamou: "Lá o Patrão, está bem! Agora nunca pensei que a Sr.ª D. Emília se prestasse a estas coisas...".
Beijo, Querida Cristina
ehehehe, Réprobo, é a voz da sabedoria, se calhar a Dª Emília prestava-se bem, mas em privado (passe a brejeirice).
Já agora e o que dizer daquele conhecido militar americano que ao passar diante do Coliseu em 1944, comentou..."Uau, nunca pensei que os nossos bombardeamentos tivessem causado tantos estragos"... ?!
Bem apanhado, Paulo :)
Pois então não havia de prestar, Nuno? :)
Beijos
Texto de Ramalho mto bem escolhido.
A obra de Teixeira Lopes é de facto belíssima.
José, ainda há bocado me dizia o Nuno que é a estátua de que mais gosta em Lisboa; não conhecendo tão bem a cidade, acho que o escultor foi muitíssimo feliz nesta criação.
há tempos, andei feita louco a procurar esta estátua na web e não encontrei!!.
Tirei-a de um livro, Júlia.
Muito bonita...
É a melhor estátua de Lisboa, a seguir à do Terreiro do Paço que bem merecia ser restaurada e dourada como originalmente.
Atenção que na estátua está escrito: "Sobre a nudez forte da verdade, o manto diaphano da phantasia".
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