terça-feira, 20 de maio de 2008

Camilo visto por

3. Fialho de Almeida

Ele mesmo um exímio escritor, tanto na faceta de ficcionista («Contos», «A Cidade do Vício»...), como nas de cronista e polemista mordaz, o que se espelharia na sua Obra mais conhecida, «Os Gatos», onde não poupa a sociedade do seu tempo, nem a "republiqueta"então emergente, na linha, aliás das «Farpas» de Ramalho Ortigão, este pessimista disse do homem de Seide :
"A mais bela luz do génio de Camilo faísca na sua obra sarcástica. Nada pode dar ideia da veemência e pujança desta prosa de Vulcano, batida na forja dos coriscos e dos raios, onde co'as asperidões e rudezas da antiga linguagem se entrelaçam os nervosismos elásticos e as graças subtis do mais refinado poeta cortesão do penúltimo século. Eu não sei de ironia que tenha mais causticidade, nem de imaginação onde se insculpam mais finas rendas(...).
Na caquexia das letras actuais, quando todas as energias parecem finar-se, e todas as originalidades irem adormecendo, a pletora deste homem faz medo, como em país de anões os 'grandia ossa' da fama primitiva."

2 comentários:

O Réprobo disse...

A ironia camiliana era fulminante, é certo, enquanto a de Eça era corrosiva. Entre Fialho e Ramalho, dois grandes talentos, há uma diferença essencial por todos reconhecida e pela Prof. Maria Filomena Mónica autenticada: Ortigão não era invejoso.
Beijo

cristina ribeiro disse...

Pois, houve desavenças, por isso causadas, entre Fialho e Eça, não é?
Beijo