A ler o primeiro romance de Camilo, «Anátema», que escreveu na verdura dos vinte e cinco anos (ou terá sido na dos vinte e dois, como cita no prefácio da segunda edição?), deparo, a dado passo, com a frase "Não pulsa um coração debaixo do céu, que não sofra"; e dou comigo a sair do universo da ficção para o da a realidade crua que nos cabe viver: será que tal se pode dizer daquela, para não ir mais longe, mãe, e do tio da pequena Joana, por eles barbaramente assassinada ,ou da avó e do pai da pequena Vanessa(?), que teve o mesmo destino, depois de arrepiantemente torturada?
Ninguém me convence de que em indivíduos assim, no lado esquerdo do peito não existe apenas um músculo que bombeia o sangue; não, debaixo deste nosso céu pulsam corações que não sentem nada...
Ninguém me convence de que em indivíduos assim, no lado esquerdo do peito não existe apenas um músculo que bombeia o sangue; não, debaixo deste nosso céu pulsam corações que não sentem nada...
2 comentários:
Para esses casos é que este Seu rebarbativo e severo admirador receita execuções lentas e incompetentes.
Beijinho, Querida Cristina
Pois, Paulo, também nós estamos inseridos numa sociedade que , cada vez mais, vai perdendo os valores, e, para casos assim, em que o coração é um mero suporte da vida desses carrascos, também eu não concebo contemplações, admitindo, porém,que mais merecem um sofrimento prolongado e sem quaisquer atenuantes...
Beijo
Postar um comentário