O Mundo de Mina Angelova: Desenhos das Carnes
sábado, 31 de maio de 2008
Exposição de Mina Anguelova
Cantarinha dos Namorados ou das Prendas
A Cantarinha menor, despida de enfeites, significa a vida real, as incertezas do amanhã.
Quando um rapaz escolhia aquela que deveria ser a sua companheira, e se dispunha a fazer o pedido oficial aos pais da " futura", oferecia à namorada uma Cantarinha das Prendas. Se esta era aceite, ficavam, a partir desse momento, comprometidos.
A Cantarinha seria, então, para guardar as " prendas" que o noivo e os pais da noiva ofereciam, em ouro, como cordões, tranceletes, corações, cruzes, borboletas, arrecadas..."
(«Oficina» da olaria, Guimarães)
Conhecem a música...?
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Piódão, outra Aldeia Histórica Beirã
Depois de ter integrado o concelho de Avô, esta aldeia onde se salientam as casas de xisto, dispostas em socalcos, com muitas das suas janelas e portas debruadas a azul, passou, já em finais do século XIX, a fazer parte do de Arganil.
O que ditou a sua classificação como Aldeia Histórica não terá sido, ao contrário de outras, o seu passado de lutas bélicas, mas antes a beleza natural das suas paisagens, a qual,porém, pelas dificuldades que opunham aos homens que nela habitavam não os isentou doutro tipo de guerra; seria esta aliás que iria encorajar os mais novos a emigrarem para as cidades, em busca de uma vida mais fácil.
Não estive lá na melhor das alturas, por certo, mas mesmo no Inverno Piódão fascina.
Pedaços do Minho
Lenço Dos Namorados- Vila Verde
"É tam certo eu amarte
Como branco o lenço ser
Só deixarei de te amar
Quando o lenço a cor perder"
Croniquetas Republicanas (7): Relvas estrumadas
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Pedro Batista, na Arqué Art Gallery
Linhares da Beira
Linhares, no concelho de Celorico da Beira seria a primeira paragem.
Lera já que a sua fundação, atribuída aos Túrdulos, remontava, muito provavelmente, ao século VI A. C., mas que fora durante a Reconquista que sobressaíra, dada uma situação geográfica privilegiada, propícia à defesa de toda aquela região, e já no século XII o Castelo de Linhares é referido como uma significativa barreira face às forças de Leão, razão pela qual D. Afonso Henriques lhe veio a conceder foral.
Seria, porém, durante o reinado de D. Manuel I que Linhares viria a conhecer os seus tempos áureos, e disso são testemunho, além do Pelourinho encimado pela esfera armilar, as muitas casas onde são visíveis sinais da arquitectura que marcou esse período, como as muitas janelas manuelinas que pudemos admirar. Alguns desses solares encontravam-se em ruínas, como o belíssimo Palácio dos Corte-Real.
Uma construção que logo se impõe é o Castelo, no alto de um maciço granítico, esse sim, bem preservado.
Era, porém, gritante o pouquíssimo movimento que encontrámos nas ruas medievais, ladeadas de graciosas casa de granito, e calcetadas com a mesma pedra. Apenas alguns idosos, ávidos de companhia, a quem relatar as muitas histórias que envolvem Linhares da Beira, o que fizeram com notório orgulho.
A explicação dos acontecimentos na África do Sul, por Machado da Graça - Correio da Manhã (Moçambique)
Em resposta à minha carta da semana passada falaste-me, como muitos outros têm falado, da grande ingratidão manifestada pelos sul-africanos em relação a um país, como o nosso, que acolheu os militantes do ANC, durante o tempo do apartheid e, por isso, sofreu todo o tipo de agressões e atropelos.
E, se olharmos para os aspectos morais e políticos, tens toda a razão, meu bom amigo.
Só que o fenómeno a que estamos a assistir tem, na minha opinião, mais que ver com a economia do que com a moral e a política.
Porque, em termos económicos, não há paralelo possivel.
Os sul-africanos que estiveram refugiados em Moçambique quantos terão sido? 1000? Provavelmente nem tantos, contando aqui a ala militar do Unkontho We Sizwe, que transitava frequentemente para dentro e para fora da África do Sul.
E este número, como podes perceber, não se pode comparar com a verdadeira invasão de zimbabueanos, com números na casa dos milhões. São realidades completamente diferentes.
Mais do que isso. Os sul-africanos que viveram entre nós, na sua maioria, não competiram no mercado de trabalho com os moçambicanos mais pobres. Ou eram autónomos, recebendo os seus abastecimentos da Direcção do ANC, ou eram quadros com formação elevada e até ajudaram a tapar buracos que tinhamos em muitos sectores, nomeadamente no ensino universitário.
Os mais velhos recordam que, muitas vezes, no tempo em que as nossas prateleiras estavam vazias, eram pessoas do ANC que ajudavam os seus amigos moçambicanos com uns ovos, umas batatas e, porque não, com uma ou outra garrafa de vinho ou de whisky.
O peso da presença deles foi em termos da nossa soberania agredida, dos mortos e feridos nas incursões do regime de Pretória, no apoio à guerra de desestabilização da Renamo, na destruição de infra-estruturas de todo o tipo.
Não foi a competição, ao nivel da subsistência, entre o pobre sul-africano e o pobre imigrante na África do Sul.
Essa é a realidade de hoje na África do Sul. E será a realidade em Moçambique se os zimbabuenos decidirem trocar a insegurança da terra do Rand pelo nosso hospitaleiro país.
Tu já pensaste no que significaria a entrada nem que fosse “apenas” de um milhão de zimbabueanos para as nossas principais cidades? O que isso provocaria? Pensa lá bem.
É por isso que eu tenho vindo a defender que é necessário travar a violência xenófoba na África do Sul mas, em paralelo, tratar de resolver a verdadeira causa do problema.
A xenofobia tem, em quase todo o mundo, uma base económica e, ou se resolvem os problemas económicos que estão na sua origem ou a xenofobia não desaparece por si só. Pode ser reprimida e controlada mas, quando a barriga apertar, novamente haberá multidões à procura do diferente, do estrangeiro, do outro que também luta pelo mesmo pedaço de pão.
Não, Sitoi. Não creio que os sul-africanos sejam ingratos. Estou convencido que aqueles que estiveram refugiados em Moçambique sentem estas agressões como nós próprios as sentimos. E as declarações dos principais dirigentes, desde Thabo Mbeki a Jacob Zuma têm sido claras sobre isso.
Os problemas estão na base, nos desempregados que vivem nas cidades, nos que sobrevivem na economia informal. Foi para esses que a chegada dos zimbabueanos se tornou uma agressão.
Esses, Sitoi, não são politizados, não avaliam as coisas em termos de correcção política.
E, mais grave do que isso, estão misturados com todo o tipo de marginais e delinquentes que, nestes momentos, facilmente viram as coisas a seu favor, isto é da roubalheira e do saque dos bens alheios.
Tudo isto é muito sensível. Tudo isto exige grande cautela, por um lado, e firmeza por outro.
Que os espíritos dos antepassados iluminem os dirigentes da região, que bem precisados estão eles disso neste momento.
Um abraço para ti do
Notas Soltas
Amanhã estarei pelo Corta-fitas, a falar dos jovens e a política, com os devidos agradecimentos ao Pedro Correia e restante equipa!
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Uma outra visão de Camilo
Tinha este acto abonatório de uma índole generosa vindo a público nas páginas d'«O Primeiro de Janeiro» de 3 de Junho de 1890, pouco tempo, portanto, após a morte do escritor.
"Foi há muitos anos, na Póvoa de Varzim.
Camilo achava-se naquela praia, para onde fora com os filhos, que iam fazer uso dos banhos do mar.
No mesmo hotel em que estava Camilo, achava-se um medíocre pintor espanhol, que perdera no jogo da roleta o dinheiro que levava.
Havia três semanas que o pintor não pagava a conta do hotel, e a dona, uma talo Ernestina, ex-actriz, pouco satisfeita com o procedimento do hóspede, escolheu um dia a hora do jantar para o despedir, explicando ali, sem nenhum género de reservas, o motivo que a obrigava a proceder assim.
Camilo ouviu o mandado de despejo, brutalmente dirigido ao pintor. Quando a inflexível hospedeira acabou de falar, levantou-se, no meio dos outros hóspedes, e disse: - a D. Ernestina é injusta. Eu trouxe do Porto cem mil réis que me mandaram entregar a esse senhor e ainda não o tinha feito por esquecimento. Desempenho-me agora da minha missão. E puxando por cem mil réis em notas entregou-as ao pintor. O Espanhol, surpreendido com aquela intervenção que estava longe de esperar, não achou uma palavra para responder. Duas lágrimas, porém, lhe deslizaram silenciosas pela faces, como única demonstração de reconhecimento".
Noções de História económica
Além de beneficiarem dessa vantagem de localização as empresas americanas ainda beneficiaram do facto de terem sido as primeiras a efectuar os investimentos críticos dessa era: produção industrial maximizada de acordo com o mercado. Distribuição controlada ou assegurada pela própria empresa e hierarquização dos diferentes níveis da empresa. Como Chandler demonstra quem quer que fizesse estes 3 investimentos chave dominaria o seu mercado interno e tornaria a emergência de qualquer competidor muito mas muito difícil – para produzir nesta escala é preciso ter um numero mínimo de unidades muito elevado o que significa que qualquer pessoa que entre no mercado corre o risco de ficar com as suas unidades no armazém –além de muitas vezes não ter acesso à tecnologia em questão que lhe permita criar um produto superior. Em resumo, a partir do momento que falamos de um certo nível de produção as noções clássicas de Adam Smtih são irrelevantes e as realidades do oligopólio e do monopólio impõem-se – juntamente com a plutocracia no campo político. O que se aplica dentro de um país também se aplica à competição mundial e mais uma vez os americanos, Ingleses e Alemães estão solidamente implantados desde 1880 enquanto as pequenas e médias nações que só se industrializaram depois sistematicamente falharam em levar a cabo projectos similares – para detalhes de um case study deve-se ler o trabalho do professor Franco Amatori sobre a industrialização italiana.
Carros em casa, boicote e petróleo a baixar
Notas sobre o tema anterior
Será que estes dois rapazes que trocam afectos em público já estão na categoria "bicha"?
Por fim a questão dos casamentos e adopções. É rídiculo adiar esta legislação por razões de igualdade de direitos legais (e não me venham com a treta as uniões de facto porque não são a mesma coisa nem de longe nem de perto) e pelas oportunidades de outros seres humanos (neste caso crianças) de terem um lar normal – no fundo é dizer que pelo preconceito infundado de uns devem pagar todos até que o grupo em falta resolva mudar de ideias. E pelos exemplos que temos de outros países parece-me seguro afirmar que a sociedade não vai entrar em colapso com a permissão de casamentos gay. Tal como não se desmoronou com a igualdade racial, de sexo, etc.
Por fim a questão da definição da nossa sociedade. Eu serei o primeiro a dizer que nem tudo o que vem de fora tem um valor intrinsecamente superior ao que nós fazemos – não tenho complexo de inferioridade por ser deste país – mas também serei o primeiro a apontar as falhas que temos. E caro Samuel é preciso admitir que a nossa sociedade é profundamente provinciana nos seus gostos, maneirismos, hábitos, etc. Trata-se simplesmente de aceitar factos. Nunca ouviram dizer que o primeiro passo para qualquer solução é admitir que existe um problema?
O absurdo ou o esquecimento conveniente
Do Brasil, uma petição
Amig@s, 109 países estão agora mesmonegociando um tratado para banir as bombas cluster -- armas que matam e mutilam crianças e civis inocentes anos após o fim da guerra. Clique aqui para enviar uma mensagem para seu governante pedindo apoio ao tratado:
BOMBAS CLUSTER
Agora mesmo, em Dublin na Irlanda, vários países estão se reunindo para criar um acordo para banir a bomba cluster (ou bombas de fragmentação).Fabricantes de armas estão pressionando governos a firmarem um tratado cheio de exceções. O texto final do acordo será decidido nos próximos dias.
Bombas cluster não matam só em tempos de guerra. Elas espalham pequenas “bombinhas” brilhantes que permanecem no solo por décadas depois de serem jogadas. Elas atraem a curiosidade de crianças que não raro, são mutiladas ou mortas. Alguns governos acreditam que essas bombas devem ser banidas, mas o Brasil continua a fabricar e exportar estas bombas. O tratado será assinado no final desta semana e alguns governos ainda estão pedindo exceções com “períodos de transição” e clausulas para amenizar a banimento.
Temos uma forte chance de influenciar esse tratado. Se cada um de nós enviar uma mensagem para seu chefe de estado, poderemos convencer nossos governos de banir as bombas cluster de uma vez por todas. Clique abaixo para enviar uma mensagem (pré escrita) e encaminhar essa campanha para seus amigos e familiares:
http://www.avaaz.org/po/ban_cluster_munitions/18.php?cl=93205005
Demagogia e subsidiariedade
Isto, para além de demagogia sem quaisquer resultados que não sejam o iludir o povinho, é...vá lá...como diz o Ricardo Araújo Pereira..hmmm..é ESTÚPIDO!
É estúpido porque quando já aqui ao lado (vulgo, Espanha) se praticam os preços que se vêem, é lógico que o problema é apenas a nível interno. Certo é que há uma crise internacional generalizada, em relação à qual a UE poderá eventualmente tomar medidas. Mas quanto ao que realmente interessa neste momento, o escabroso aumento dos preços dos combustíveis em Portugal, o problema é interno, para ser resolvido tem que ser focado a nível das condicionantes e jogadores internos. Não sei se Manuel Pinho já ouviu falar daquele princípio que preside a grande parte do projecto de construção da integração europeia, aquele de que já Aristóteles, ou São Tomás de Aquino uns séculos mais tarde, andavam a falar, o princípio da subsidiariedade...Parece que não. Ou pelo menos finge que não.
O Dragão no seu melhor
A respeito do tal artigo de Mário Soares no DN
Já uma vez, nestes últimos anos, escrevi e agora repito: "Quem vos avisa vosso amigo é." Há que avançar rapidamente - e com acerto - na resolução destas questões essenciais, que tanto afectam a maioria dos portugueses. Se o não fizerem, o PCP e o Bloco de Esquerda - e os seus lideres - continuarão a subir nas sondagens.
Mais parece que estamos em 74/75/76 do que em 2008. Soares sabe bem do que fala. É o mesmo que levou norte-americanos a apoiar ditaduras na América Latina. A fome é o rastilho das revoluções. E o comunismo está sempre à espreita para aproveitar esses males do neoliberalismo.
De notar ainda, quer se goste ou não de Soares, que há uma distinção essencial a fazer entre a nomenclatura vigente no PS e a nomenclatura da sua fundação, de Soares, e é precisamente aquilo por que muita gente talvez me ache "obcecado": o sentido de Estado. Soares sabe bem o que é isso. E não tem muito a ver com a actuação do PS nos últimos anos...Mas quanto a sentido de Estado, iria até mais longe, dizendo que esse é coisa que não abunda na actuação de Portugal, vá lá, não digo nos últimos 30 anos, mas pelo menos desde a entrada nas Comunidades Europeias em 86.
E é também na linha do que Silva Lopes dizia hoje na TVI, em entrevista a Constança Cunha e Sá, quanto ao interesse nacional existem apenas visões dispersas, fragmentadas. É uma pena, falta-nos de facto um projecto de longo prazo, talvez a roçar o desenvolvimentismo latino-americano, que mobilize estes meros 10 milhões de pessoas.
Sem margem para qualquer dúvida
Um povo comodista, conformado e abúlico, que só se incomoda mesmo com o que lhe chega à porta, ou se mexem com as suas pequenas rotinas, e ainda então fica a aguardar que alguém resolva o problema.
Uma terra extremamente conservadora e imobilista, em suma.
Manuel Azinhal in O Sexo dos Anjos (já agora, leiam o restante do post que vale bem a pena)
Corolários do grande pensamento socialista
As políticas socialistas que não resultaram nos últimos quarenta anos vão dar um resultadão agora.
A crise está a ser causada pela queda do dólar, logo, a culpa é do Bush.
O que não conseguimos fazer na política social, com 50% do PIB, é da responsabilidade dos escandalosos vencimentos dos administradores da banca (cerca de 0,045% do PIB, antes de impostos).
A “globalização capitalista neoliberal” não serve porque os países emergentes estão a submergir-nos.
O facto da maior parte dos problemas humanitários acontecerem em países com regimes socialistas totalitários não interessa nada. Onde está o vosso internacionalismo humanista!?
Já mencionei que a culpa é do Bush? Pois. É.
Miguel Botelho Moniz in O Insurgente
A diplomacia tem destas coisas (4)
O chefe do governo disse ter aceite a demissão de Bernier, que nas últimas semanas, gerara uma forte polémica depois de ser divulgado que a sua ex-namorada tivera anteriormente relações com homens ligados ao crime organizado.
Até parece mentira, vindo de um país como o Canadá... Caso fosse em Portugal, duvido muito que qualquer ministro se demitisse..
terça-feira, 27 de maio de 2008
Provocações que não o deveriam ser
«Povo que lavas no rio» (2)
Era a ocasião sempre esperada, pois que era então que, já depois da roupa lavada, e estendida na erva para corar ao sol, os rapazes vinham ter com elas e aí namoravam até começar a escurecer...
Como começar mal o dia
Do Caçador
segunda-feira, 26 de maio de 2008
«Povo que lavas no rio» (1)
E minha mãe me tire a vida
Minha palavra está dada,
Minha mão está prometida"
Não seria muito diferente o cantar da roda de amigas, entre as quais se encontrava a minha mãe,que acompanhava o esfregar da roupa nas pedras do ribeiro que atravessa a aldeia, enquanto os moços as olhavam do cimo da pequena ponte.
É isto que andam a fazer aos desgraçados!
Vejam mais em Demokratia: Pois agora sou eu quem pergunta onde é que anda o SOS-Racismo quando é realmente preciso? Foi aqui onde "roubei" as fotos. Para que o mundo veja e reaja.
Passeios de fim-de-semana
Lembro que quando lá chegámos, depois de percorridos caminhos invadidos pelas silvas e ervas daninhas, termos tido a sensação de que chegáramos a um lugar encantado, que o tempo adormecera, mas sem lhe quebrar nunca o dom de enfeitiçar, e onde, a cada esquina, tropeçávamos com o passado.
Mas um lugar abandonado...
Tinha lido em «Aldeias Históricas», das Edições Inapa, que " andando por aqui D. Afonso II, se tomou de amores por uma linda senhora de nome Maria Alva. Como não lhe podia oferecer o coração, o rei doou-lhe a terra onde vivia, baptizando-a Marialva. Perpetuava, assim, o monarca enamorado o nome da sua amada".
Pode-se ficar indiferente a uma lenda tão bela?...
Do "Correio da Manhã" de Moçambique
Meu caro Sitoi
Sei que tens bastantre família na África do Sul e estás preocupado com os terriveis tumultos que lá estão a acontecer.
Na tua última carta preguntavas-me porque é que isto começou, assim de repente.
Ora a verdade, meu amigo, é que isto não começou assim a partir do nada.
Na minha opinião isto que está a acontecer na zona de Joanesburgo, e ameaça espalhar-se para outras zonas, é mais um resultado da desastrosa política dos governos da zona em relação aos acontecimentos trágicos do Zimbabwe.
Desde sempre a nossa zona foi palco de migrações de trabalhadores entre os vários países e a vizinha África do Sul, principal foco regional de desenvolvimento económico.
E, desde sempre, esse fluxo migratório foi sendo gerido com flexibilidade, mais ou menos a contento de todas as partes.
Só que isso agora foi completamente desiquilibrado, com e entrada, descontrolada, de zimbabueanos, fugindo da violência política, do desemprego e da fome, num país praticamente destruido pelo desgoverno de Robert Mugabe e da ZANU FP.
Segundo alguns cálculos oficiais o número de zimbabueanos actualmente na África do Sul é de mais de 3 milhões de pessoas. A maioria dos quais entrou naquele país nos últimos tempos.
Ora 3 milhões de pessoas é muita gente. É uma pressão enorme no mercado de trabalho. Principalmente se, como é o caso, chegam em grandes quantidades num curto espaço de tempo e, portanto, não conseguem ser naturalmente integradas.
Daí a esta explosão de violência foi só um passo. E, tragicamente, esse passo já foi dado.
Como te lembras, o Zimbabué foi um país com uma economia próspera onde os seus cidadãos tinham um bom padrão de vida, melhor do que a grande maioria dos países africanos.
De repente, em poucos anos, essa economia foi completamente destruida pelas políticas insanas de um dirigente senil apoiado por uma casta de polícias e militares cuja fidelidade foi mantendo à custa de privilégios.
E o resultado foi esta fuga em massa para a fronteira do sul, para um local onde a vida se aproximasse daquilo que tinha sido, anteriormente, no Zimbabué.
A África do Sul não conseguiu “digerir” esta invasão de mão de obra e o resultado está à vista.
Costuma dizer-se que, quando vemos as barbas do vizinho a arder, é bom colocarmos as nossas próprias barbas dentro de água.
E digo isto porque é muito possivel que os zimbabueanos, incapazes de viver no seu próprio país e, agora, ameaçados de enorme violência na África do Sul, se virem para a outra fronteira que têm mais próxima. Isto é, Moçambique.
Parece óbvio para toda a gente que a solução para este ptoblema, que cresce dia a dia, é forçar uma mudança no Zimbabué. É conseguir fazer sair Robert Mugabe, e os seus apoiantes, do poder em Harare para que possa ser feito um real esforço de restauração da economia. Porque só uma economia em franca recuperação e o fim da violência política podem atrair, de novo, os zimbabueanos para casa.
E isso é fundamental para voltarmos ao equilíbrio anterior nos fluxos migratórios da nossa região.
O mesmo é dizer, voltarmos à paz social.
Mas quem tem poder para o fazer finge estar cego e não ver a queimada descontrolada que já arde por cima das fronteiras dos nossos países.
Esperemos, meu caro Sitoi, que essa política irresponsavel não faça as coisas ainda muito piores do que aquilo que já estão.
Um abraço para ti do
Para a Comemoração do centenário 2010
O ataque aos moçambicanos
Começo a perceber....
Já agora, esta semana estarei ausente das lides blogosféricas, por afazeres académicos e profissionais, que me impedem de ter a devida disponibilidade mental e temporal para tal. Desde já, as minhas desculpas ao Nuno, Cristina, Pedro, e aos nossos leitores. A casa fica bem entregue, a diferença não se fará notar.
domingo, 25 de maio de 2008
Pedaços do Minho
Leva-me, podendo ser,
Que eu quero ir acabar
Onde tu fores morrer.
Vivo triste, pensativa,
Cuidadosa, dando ais,
Desejosa de saber,
Meu amor, por onde andaes.
Que me mande o meu amor
Que anda por terras alheias.
Saudades não vinhais juntas,
Vinde antes poucas e poucas,
Vinde mais compassadinhas,
Dae lugar umas às outras.
«O Minho Pittoresco»
Durante
Era uma alegria enorme quando, sempre ao Domingo à tarde, o meu pai dizia: "-vamos à Feira do Livro": que importava que chovesse a potes?
O primeiro livro que de lá trouxe, foi-me oferecido por um senhor de uma editora, que me deu a escolher entre dois livros, grandes e verdes- "Heidi" e "O Gnomo"; optei por este, mas lembro-me de ter chegado a casa a pensar que escolhera mal...
Seguiram-se, noutros anos, os livros da Condessa de Ségur. "Memórias de um Burro", para mim, "Os Desatres de Sofia", para a minha irmã...
Só muitos anos mais tarde iria conhecer a Feira do Parque Eduardo VII...
Depois daquela ironia da Eurovisão ali em baixo...
Existencialista, pois
What philosophy do you follow? (v1.03) created with QuizFarm.com | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
You scored as Existentialism Your life is guided by the concept of Existentialism: You choose the meaning and purpose of your life.
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É um prazer...
A isso chama-se autismo político
João Gonçalves in Portugal dos Pequeninos
Sad, but true
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The result is political warfare and the most ferocious political warfare of all as each party sees itself as being right and possessing absolute truth and all other parties as being a bunch of sinners and enemies of society. The end result is paralysis, if not destruction, of public institutions and the state and ultimately paralysis, if not destruction, of society itself.
Pedro Arroja in Portugal Contemporâneo
Ironias da Eurovisão
sábado, 24 de maio de 2008
Para os nossos leitores, prenda de fim de semana
Hoje, o chá é na outra casa
Usurpando,
Até na temática vejo essa proximidade, quando leio numa das badanas: "Maria Adelaide é uma mulher munida de uma alegria negra que é a de escapar ao amor da lei e às cumplicidades que a rodeiam"...