quarta-feira, 9 de abril de 2008

Érico Veríssimo (2)

"Três meses depois, quando o exército dos Sete Povos já havia sido completamente desbaratado numa batalha campal, e os habitantes do povo de Alonzo, desesperados, prendiam fogo à catedral e às casas, para que elas não caíssem inatas nas mãos do inimigo vitorioso que se aproximava, Pedro montou num cavalo baio e, levando consigo apenas a roupa do corpo e o punhal de prata, fugiu a todo o galope na direcção do grande rio".

Passo do segundo livro, «O Continente», da Trilogia «O Tempo e o Vento», de Érico Veríssimo- os outros dois são «O Retrato» e «O Arquipélago»-, da qual escreveu José Aderaldo Castelo, Professor da Universidade de S. Paulo: "Obra cíclica sobre a formação social do Rio Grande do Sul, (...) monumental, de grande força épica , beleza lírica e intensidade dramática, inicia uma nova fase do romancista do Modernismo", ele que nos seus primeiros romances:«Clarissa», «Olhai os Lírios do Campo» e «O Resto é Silêncio» tivera "a preocupação de discutir aspectos da crise moral e espiritual do homem ou da sociedade contemporânea, guiado por uma certa maneira de ver os factos, já identificada como expressão do cristianismo primitivo do Autor".

7 comentários:

cristina ribeiro disse...

Tinha de fazer o erro da praxe, né? :): «O Continente» foi o primeiro livro da Trilogia.

O Réprobo disse...

Acho gaça à expressão crítica "Cristianismo Primitivo". Eu talvez colocasse "nostálgico das origens", mas é expressivo, sem dúvida.
Beijinho, Querida Cristina

cristina ribeiro disse...

Penso mesmo que as duas se equivalem no desejo de um Cristianismo anterior à adulteração verificada.
Beijo

raquelpatricio disse...

Endere�o para o coment�rio que fiz em ��rico Ver�ssimo (1)�. Continuem pela literatura brasileira. � boa, muito boa!

cristina ribeiro disse...

Raquel, li, há algum tempo já, o «Quincas Borba» de Machado de Assis, e estive tentada a começar por falar nele, mas como foi o Veríssimo quem primeiro me marcou...
Quanto às "republicazinhas fantoche", tinha presente, quando a Luísa me falou n'«O Senhor Embaixador», a fictícia republiqueta de Sacramento, imaginada por Érico; não estava, aí, a fazer qualquer generalização, mas é certo que temos a ideia de que na América Latina a corrupção é em geral,ainda maior do que na Europa, que já é mais do que muita...

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
eu amo muito Machado. Leia, por caridade, o «Memorial de Aires» e diga-me o que achou.
Beijo

cristina ribeiro disse...

Paulo, dele conheço «Quincas Borba» e «Memórias Póstumas de Brás Cubas», agora seguir-se-á esse, pois que vindo o conselho de quem vem...
(P.S. Ainda bem que me atrasei na aquisição d«O Homem Sem Qualidades», já que quando, no Sábado passado o pedi, me disseram que a D. Quixote vai lançar muito em breve nova edição: pode ser que seja a versão integral...).
Beijo