Num artigo datado de 1890, na «Revista de Portugal», Eça de Queirós escrevia: - "As lamentáveis desordens parlamentares, as violentíssimas e desmandadas polémicas, as mútuas e terríveis recriminações com que, obcecados pela paixão, os partidos se feriam uns aos outros na sua honra, deixaram no País que assistia espantado a uma tal lavagem pública de roupa suja, o sentimento desalentado que ele exprimia por esta fórmula- tão bons uns como os outros!"
E ainda dizem que a mesma água nunca passa outra vez por debaixo da mesma ponte...
E ainda dizem que a mesma água nunca passa outra vez por debaixo da mesma ponte...
4 comentários:
É um facto. Até parece que o Eça e os outros da mesma época tinham a capacidade de adivinhar como as "coisas" iriam ser.
Que ironia... e hoje são os monárquicos a insistentemente alertar contra esse lavar de roupa suja que não deixará de prejudicar a democracia. Este texto do Eça podia ter sido escrito após o último debate parlamentar, onde surgiram acusações de traição, mentira e se apodaram uns aos outros de animas. Possivelmente até estão cobertos de razão, mas o facto de o darem a conhecer à populaça - nós -, é um perigo que indicia morte anunciada.
Está de molde a fazer perder a fé a qualquer um; aliás, este estado de coisas já se arrasta há tanto tempo que já não vai havendo fé que resista.
Estamos todos convencidos que a estabilidade política que ainda temos se deve exclusivamente à integração europeia certo?
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