quarta-feira, 18 de junho de 2008

Há 200 anos: a 1ª invasão francesa


Os primeiros vinte dias do mês de Junho de 1808, foram pródigos em acontecimentos que conduziriam inevitavelmente à derrota da primeira invasão, comandada por Junot. De norte a sul do país, a sublevação popular restaurava a independência, disso sendo avisada a corte no Rio de Janeiro. Estes acontecimentos propiciaram o ataque do exército francês às cidades e vilas portuguesas, deixando um rasto de morticínios, saque e destruição.  Assim, a Guarda, Alpedrinha e Sarzedas foram saqueadas, embora a resistência popular tivesse liquidado um sexto dos efectivos do ocupante. À medida que a revolta alastrava em direcção ao sul, a força bruta dos soldados de Napoleão Bonaparte castigava rudemente Vila Viçosa, Estremoz, Elvas, Arronches, Portalegre,  também queimando Beja e chacinando a sua população, enquanto na zona centro, as Caldas da Rainha, AlcobaçaLeiria e Tomar sofriam o mesmo flagelo. No Mosteiro da Batalha, profanaram os túmulos dos monarcas e príncipes da Ínclita Geração, decapitando o corpo incorrupto de D. João II e saqueando os mausoléus. No Mosteiro de Alcobaça, danificaram gravemente os túmulos de D. Pedro I e de Inês e Castro, generalizando-se a depredação de monumentos nacionais e roubando ou destruindo objectos valiosos pertencentes a particulares, à Igreja ou ao Estado. Na repressão à população, celebrizou-se o general Loison - o famoso Maneta -, conhecido pela sua implacável ferocidade, enquanto os seus colegas Margaron, DelabordeThomiers, Avril e Kellermann se distinguiam por idêntica brutalidade  e cupidez.
Os meses seguintes seriam decisivos para a derrota da primeira invasão, encontrando-se o país totalmente sublevado, surgindo guerrilhas de apoio ao exército anglo-luso que nos finais de Agosto venceria decisivamente no Vimeiro, obrigando os franceses a capitular.

5 comentários:

Pedro Fontela disse...

Resta dizer que os ingleses autorizaram os franceses a levar um espólio precioso do país...

Carlos Veiga disse...

Exactamente Pedro, esses factos históricos não são, de todo, menos importantes!
Já agora Nuno coloque um relativo ao Ultimatum Inglês, também merece...

Nuno Castelo-Branco disse...

Pois, os militares autorizaram e por isso foram severamente repreendidos pelo governo inglês e a imprensa britânica foi implacável. De qualquer forma, ajudaram-nos a expulsar aquela gente. Não houve lugar para Murats, Josés, Lucianos ou Luíses Bonapartes.

Nuno Castelo-Branco disse...

Carlos, não perde por esperar e até tenciono fazer um post comparativo entre o "nosso" Ultimatum e aquele que os britânicos enviaram aos franceses em 1895. Pode crer que a humilhação foi muito pior. Sem comparação...

Anônimo disse...

Foi essa a fraternidade que trouxeram para cá. Pior que o terramoto de 1755! Sempre queria ver o que aconteceria a Portugal se o D. João não tivesse ido para o Rio. Até aposto que éramos moeda de compensação no Tratado de Viena e hoje não existíamos como país, língua, CPLP, etc. O que estamos é habituados a ser comandados hoje em dia por castrados que se rendem a tudo o que os lutocratas de Bruxelas querem. Bando de merdosos!
Pedro Matias