Os últimos soldados negros de Portugal
Apinhados
Em Berliets do Tramagal
Seguiam como contratados
Os últimos soldados negros de Portugal
Nas terras, em segurança
Á sombra da bandeira de todos
Ficavam as mulheres e as crianças
De camuflado
Granadas à cintura
G3 na mão
Seguiam humildes e contentes
Os últimos soldados negros da Nação
e regressavam, em glória
Humildes como sempre
mas cheios de vitória
e todos não sabiam
e nós todos não sabíamos
Que no puto
Se preparava a traição
Foram enganados
Os últimos soldados negros da Nação
Muitos juncaram os chãos das batalhas
Outros, varridos pelo vendaval da revolução
Foram esquecidos e abandonados
Nos campos de reeducação
Das bases do Rundum
Quase sós mas sempre altaneiros
Continuaram o combate
Com outras armas na mão
A servirem e a morrerem
Pela mesma e ingrata nação.
Rui Moio - 12Set06
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Esquecidos!
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2 comentários:
Não resisti. Este é um problema que continua habilidosamente esquecido e a razão é mesmo essa: os soldados eram negros. Se por acaso pertencessem a uma minoria nacional europeia integrada no antigo ultramar, as coisas teriam sido muito diferentes. Os "revolucionários" nem sequer integraram os oficiais negros nas fileiras do exército. Vejam o caso Marcelino da Mata.
Que surpresa boa!... Hoje ao abrir o "Estado Sentido" dou com este meu poema!
O meu obrigado
Rui Moio
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