Radical, impiedosa, brutal e irrepreensível agente de Estaline na Roménia, em prejuízo dos interesses, segurança, integridade territorial e independência do seu próprio país.
Em 1921 adere ao Partido Socialista-Comunista da Roménia (futuro PCR) e é enviada pelo Comintern para França e depois para os Balcãs, onde exerceu o clássico papel de agente controleiro de Moscovo junto dos partidos pró-soviéticos. Em 1938 a grande purga estalinista liquida o seu marido - Marcel Pauker -, existindo fortes suspeitas da sua colaboração na denúncia do conjuge como "traidor trotsquista".
Regressa à Roménia com os tanques soviéticos (1944) e sob as ordens de Vichinski - tristemente célebre pelo seu desempenho durante os processos de Moscovo - serve como principal elo com o Kremlin que impõe o golpe de 1947 que expulsa Miguel I, instaurando definitivamente a ditadura. Durante a fase de consolidação do poder do minoritário PCR, desempenhou as funções de ministro da Agricultura, prosseguindo uma política de extorsão e assassinato em massa do campesinato que se opunha à forçada colectivização. É durante este período que é visível a sua participação e planeamento dos excessos, perseguições, assassínios e generalização da tortura (vulgarizando-se as lavagens cerebrais da prisão de Pitesti). Quando do inicio da purga ao cosmopolitismo - eufemismo soviético para o ataque aos judeus -, Gheorgiu-Dej torna-se no Conducator (Fuehrer) do PC e Pauker é acusada. No rescaldo da II Guerra Mundial e no auge da paranóia antisemita do PCUS, dela dizia Estaline ..."Ana é uma boa e leal camarada, mas é judia de origem burguesa e o Partido na Roménia precisa de um líder da classe operária, um verdadeiro romeno ... e decidi"... Foi sumariamente afastada sob acusações de desviacionismo.
No período Kruschschev, a nova liderança soviética tentou a sua reabilitação (1956), mas o grupo de Dej resistiu e confinou-a à prisão domiciliária, permitindo-lhe que morresse na cama, facto surpreendente dado o percurso da activista e conspiradora.
Digna antecessora de Ceausescu, esta figura típica de apparatchik e de agente estrangeiro, faz empalidecer figuras como Miguel de Vasconcelos, Otto Kuusinen (Finlândia), Walter Ullbricht (Alemanha), Janos Kadar (Hungria) ou Vidkun Quisling (Noruega). Em determinado período da nossa história recente, decerto contou com admiradores portugueses, rendidos à sua abnegação à URSS e ao carácter de implacável seguidismo sectário que desde sempre norteou a sua vida política.
Um comentário:
A História do séc.XX está por contar.
E os admiradores portugueses virão ( com os seus actos) ao de cima.
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