"O gosto que a salsa tem
Têm meus olhos em te ver,
Trago-te no centro d'alma,
Não me podes esquecer.
Fui à fonte de três bicas,
Bebi, tornei a beber,
Nem minha boca se enfada
Nem meus olhos de te ver.
Não te esqueças de trazer-me
Dentro do teu coração,
Considera um só momento
A nossa separação.
(in «O Minho Pittoresco»)
domingo, 13 de abril de 2008
Pedaços do Minho
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7 comentários:
Não sei porquê, mas a poesia sempre me deixou gelado. Não compreendo.
Nuno, acho que o entendo, mas não chego a tanto. Deve ser porque é mais elaborada, com mais sentidos figurados, a maior parte das vezes mais densa... e demoro a arrancar... ;)
Pois, estas quadras, de tão singelas e mesmo naif, não tendo essa produção toda, fazem parte da vida comezinha, de todos os dias, e eram cantadas pelas moças no trabalho, fosse este no campo, ou nas lides domésticas, como na lavagem de roupa no rio.
Querida Cristina,
e a inversão de sentido de marcha do Amor pode aproveitar este ponto de partida: a salsa e a cicuta são plantas parecidíssimas...
Beijo
:) :)Essa também me intrigou, mas assim sendo,já está a prevenir uma eventual mudança de sentimentos à vista do sujeito :)
Beijo, Paulo
Cristina, apesar de subscrever parcialmente aquilo que o Nuno e o Mike dizem – sou mais permeável à «razão» da prosa do que ao «sentimento» da poesia – gosto destas quadras que aqui reproduz sobre o seu Minho. Acho, de resto, muita graça ao exercício de rima das quadras populares. :-)
Também a mim, Luísa, a prosa diz muito mais, embora haja poetas de estimação, como por exemplo António Nobre, mas também eu acho deliciosas estas quadras populares...
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