Hoje, na Feira do Livro, de Braga, encontrei, num alfarrabista, um Livro de Leitura da 3ª Classe, igual ao que um dos meus irmãos tinha. Foi com alegria que nele encontrei uma lengalenga que, fiquei agora a saber, é a adaptação de um Romance popular, e que o ouvi declamar muitas vezes:
- À guerra, à guerra, mourinhos!
Quero uma cristã cativa!
Uns vão pelo mar abaixo
Outros pela terra acima.
- Venha uma cristã cativa
Que é para a nossa rainha.
Uns vão pelo mar abaixo,
Outros pela terra acima.
Os que foram mar abaixo
Não encontraram cativa;
Tiveram melhor fortuna
Os que foram terra acima:
Deram com o conde Flores
Que vinha da romaria
Vinha lá de Santiago,
Santiago da Galiza
Mataram o conde Flores,
A condessa foi cativa
A rainha mal que o soube,
Ao caminho lhe saía:
-Em boa hora venha a escrava,
Boa seja a sua vinda!
Aqui lhe entrego estas chaves
Da despensa e da cozinha,
Que me não fio de mouras
Não me dêem feitiçaria.
-Aceito suas chaves, senhora
Por grande desdita minha...
Ontem condessa jurada,
Hoje moça de cozinha
Duas irmãs que nós éramos.
Ambas de mouros cativas!
-Dize-me tu, minha escrava.
Tua irmã que nome tinha?
-Chamava-se Branca Rosa
Branca Flor de Alexandria
Foi cativada de mouros
Dia de Páscoa Florida
Andava apanhando rosas
Num rosal que meu pai tinha
-Ai triste de mim, coitada
Ai triste de mim, mofina
Mandei buscar uma escrava,
E trazem-me uma irmã minha!
Deram beijos e abraços,
E uma à outra dizia:
Quem se vira em Portugal
Terra que Deus bendizia!
Juntaram muita riqueza
De ouro e pedraria;
Uma noite abençoada
Fugiram da Mouraria
Foram ter à sua terra
Terra de Santa Maria
Meteram-se num mosteiro,
Ambas professaram num dia.
- À guerra, à guerra, mourinhos!
Quero uma cristã cativa!
Uns vão pelo mar abaixo
Outros pela terra acima.
- Venha uma cristã cativa
Que é para a nossa rainha.
Uns vão pelo mar abaixo,
Outros pela terra acima.
Os que foram mar abaixo
Não encontraram cativa;
Tiveram melhor fortuna
Os que foram terra acima:
Deram com o conde Flores
Que vinha da romaria
Vinha lá de Santiago,
Santiago da Galiza
Mataram o conde Flores,
A condessa foi cativa
A rainha mal que o soube,
Ao caminho lhe saía:
-Em boa hora venha a escrava,
Boa seja a sua vinda!
Aqui lhe entrego estas chaves
Da despensa e da cozinha,
Que me não fio de mouras
Não me dêem feitiçaria.
-Aceito suas chaves, senhora
Por grande desdita minha...
Ontem condessa jurada,
Hoje moça de cozinha
Duas irmãs que nós éramos.
Ambas de mouros cativas!
-Dize-me tu, minha escrava.
Tua irmã que nome tinha?
-Chamava-se Branca Rosa
Branca Flor de Alexandria
Foi cativada de mouros
Dia de Páscoa Florida
Andava apanhando rosas
Num rosal que meu pai tinha
-Ai triste de mim, coitada
Ai triste de mim, mofina
Mandei buscar uma escrava,
E trazem-me uma irmã minha!
Deram beijos e abraços,
E uma à outra dizia:
Quem se vira em Portugal
Terra que Deus bendizia!
Juntaram muita riqueza
De ouro e pedraria;
Uma noite abençoada
Fugiram da Mouraria
Foram ter à sua terra
Terra de Santa Maria
Meteram-se num mosteiro,
Ambas professaram num dia.
12 comentários:
Olha o livro de leitura da 3ª classe. bem podiam fazer uma reedição para oferta a muitos dos nossos "intelectuais" e governantes no poder e oposição. Aprendiam qualquer coisinha...
Esse era o Livro de Leitura do meu irmão (logo no ano seguinte, o meu já era diferente), mas sempre gostei de "bisbilhotar" os livros dos irmãos :)
J� soube esse poema de cor! :-)
beijinho
Olá Júlia.
Lembro-me desse, d"A Moleirinha"...
Ajudava-o a decorá-los, também :)
Beijinho
Pela estrada fora, Toc-toc.toc
É de um ritmo impressionante!
e aquele da Aldeia e a Cidade? :-)
"Quem és tu assim tão simples?
- E tu quem és afinal?
A Nobreza das Cidades
- A aldeia de Portugal"
Tenho lindas pedrarias, jóias mil de muitas cores
- E eu tenho a maior riqueza nas minhas lindas flores"
Eu fazia teatrinhos com eles.
beijinhos,Cristina
As nossas lembranças, Júlia... :)
Beijinhos
Não conhecia.
Mas é giro!...
Cumprimentos
Muito oportuno. Muito inteligente.
Z.
Grata a Vieira Calado e a José M. Barbosa pelas palavras de incentivo :)
Querida Cristina,
de como se procura sempre o longínquo! Estes querem uma Cristã Cativa, entre o Povo de Cristo Luso floreceu uma catadupa de lendas de Moiras Encantadas...
Olhe que há um passo do poema que pode ser tido como código do destino próximo de uma figura pública... futebolística...
Beijo
Beijo
Mourinho cativo do seu Benfica, Paulo? Ai, ai, então é que todos os outros clubes ficam aprisionados :)
Beijo
depois de ler um comentario da Julia Moura Lopes, venho pedir, quase rogar que me digas qual o titulo desse poema e quem o escreveu. pois tambem eu fiz um pequeno teatro na escola ha muito tempo. lembro-me que fazia de cidade e ainda hoje sei algumas falas, contudo ja n m recordo quem o escreveu e por mais que procure não o encontro em lado nenhum.
um bju
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