Bissau, 31/03 - O duque de Bragança, Duarte Pio, teceu críticas à cooperação internacional na Guiné-Bissau, apesar de considerar que o país melhorou em vários aspectos, no final da visita de uma semana ao país, que terminou no domingo.
Na deslocação privada a Bissau, D. Duarte Pio de Bragança veio entregar equipamento desportivo a uma equipa de futebol e recolher dados para um projecto de desenvolvimento rural que pretende realizar na Guiné-Bissau e para o qual espera encontrar apoios internacionais.
"Em certos aspectos a Guiné-Bissau melhorou, há um progresso económico visível, há politicamente uma maturidade bastante grande", afirmou Duarte Pio de Bragança.
"A Guiné-Bissau tem todas as condições para ser um excelente país e tem uma grande convivência e solidariedade entre os grupos das várias etnias e religiões", disse o duque de Bragança.
Salientou, contudo, que há "dificuldade em criar um Estado com uma administração que funcione".
"É um ciclo vicioso. Não há dinheiro, portanto o Estado tem muitas dificuldades em funcionar e ao mesmo tempo a economia tem dificuldade em arrancar sem uma administração que funcione", sublinhou, acrescentando que falta qualquer coisa "difícil de explicar".
Nesse sentido, Duarte Pio de Bragança considerou que os países doadores deviam discutir essa questão com as autoridades guineenses.
"O que é preciso fazer para que, com os recursos que a Guiné-Bissau tem, se possa pôr a administração a trabalhar bem?", questionou Duarte Pio.
"Não se pode é usar o dinheiro dos contribuintes europeus sem ser com todo o rigor de modo a que quem paga os impostos saiba onde o seu dinheiro está a ser utilizado", afirmou.
"Os governos europeus ajudam África a pensarem em benefícios imediatos.
Eu dou-vos esta ajuda, mas vocês compram automóveis do meu país ou recorrem aos serviços das nossas empresas", salientou.
Para Duarte Pio de Bragança, não é um bom serviço mandar os guineenses para os hospitais de Lisboa com grandes custos, o "melhor é ajudar a criar as infra-estruturas necessárias".
"Acho que dar bolsas de estudos para depois termos 200 médicos guineenses a trabalhar em Portugal não é ajuda", disse ainda, sublinhando que "esses médicos deviam estar a trabalhar" na Guiné-Bissau.
Outra preocupação que Duarte Pio de Bragança expressou foi o facto de não existirem livros de português no interior da Guiné-Bissau.
"Os pais vão comprar os livros ao Senegal e à Guiné-conacri e compram os livros em francês. Com um investimento muito pequeno podíamos encher a Guiné de livros escolares" e preservar a língua portuguesa, afirmou.
"Acho que há efectivamente um enorme desperdício dos recursos guineenses e dos recursos internacionais e isso devemos assumir", concluiu Duarte Pio de Bragança.
Sobre a relação com a Guiné-Bissau, o duque de Bragança explicou que começou em 1968 durante uma visita ao país.
Na deslocação privada a Bissau, D. Duarte Pio de Bragança veio entregar equipamento desportivo a uma equipa de futebol e recolher dados para um projecto de desenvolvimento rural que pretende realizar na Guiné-Bissau e para o qual espera encontrar apoios internacionais.
"Em certos aspectos a Guiné-Bissau melhorou, há um progresso económico visível, há politicamente uma maturidade bastante grande", afirmou Duarte Pio de Bragança.
"A Guiné-Bissau tem todas as condições para ser um excelente país e tem uma grande convivência e solidariedade entre os grupos das várias etnias e religiões", disse o duque de Bragança.
Salientou, contudo, que há "dificuldade em criar um Estado com uma administração que funcione".
"É um ciclo vicioso. Não há dinheiro, portanto o Estado tem muitas dificuldades em funcionar e ao mesmo tempo a economia tem dificuldade em arrancar sem uma administração que funcione", sublinhou, acrescentando que falta qualquer coisa "difícil de explicar".
Nesse sentido, Duarte Pio de Bragança considerou que os países doadores deviam discutir essa questão com as autoridades guineenses.
"O que é preciso fazer para que, com os recursos que a Guiné-Bissau tem, se possa pôr a administração a trabalhar bem?", questionou Duarte Pio.
"Não se pode é usar o dinheiro dos contribuintes europeus sem ser com todo o rigor de modo a que quem paga os impostos saiba onde o seu dinheiro está a ser utilizado", afirmou.
"Os governos europeus ajudam África a pensarem em benefícios imediatos.
Eu dou-vos esta ajuda, mas vocês compram automóveis do meu país ou recorrem aos serviços das nossas empresas", salientou.
Para Duarte Pio de Bragança, não é um bom serviço mandar os guineenses para os hospitais de Lisboa com grandes custos, o "melhor é ajudar a criar as infra-estruturas necessárias".
"Acho que dar bolsas de estudos para depois termos 200 médicos guineenses a trabalhar em Portugal não é ajuda", disse ainda, sublinhando que "esses médicos deviam estar a trabalhar" na Guiné-Bissau.
Outra preocupação que Duarte Pio de Bragança expressou foi o facto de não existirem livros de português no interior da Guiné-Bissau.
"Os pais vão comprar os livros ao Senegal e à Guiné-conacri e compram os livros em francês. Com um investimento muito pequeno podíamos encher a Guiné de livros escolares" e preservar a língua portuguesa, afirmou.
"Acho que há efectivamente um enorme desperdício dos recursos guineenses e dos recursos internacionais e isso devemos assumir", concluiu Duarte Pio de Bragança.
Sobre a relação com a Guiné-Bissau, o duque de Bragança explicou que começou em 1968 durante uma visita ao país.
2 comentários:
Esta real diplomacia paralela, tem sido extremamente útil nos países de expressão portuguesa. E ainda há quem pense não valer a pena formar-se um Chefe de Estado...
O quadro parece um documento. De quem é?
Pedro Matias
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