Não me parece ser uma questão fundamental, embora por princípio seja levado a concordar, dadas as evidentes implicações decorrentes da política dos nossos dias e do claro aproveitamento da medida por certos sectores. A intenção em paulatinamente se ir demolindo a laicidade do Estado turco e conformar a legislação à sharia, não nos deve fazer esquecer o fortíssimo movimento social para a manutenção da separação Estado/mesquita. Uma Turquia a caminho do fundamentalismo consiste numa improbabilidade, mas Erdogan tem vindo a habilmente maquilhar essa via, usando como argumento os "partidos correspondentes democrata-cristãos" europeus. É impossível descobrir no jogo político, um argumento mais falacioso.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
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4 comentários:
Pois eu não acho, caro Nuno. Aqui éo secularismo que aparece como fundamentalista e desfasado da realidade, protegido pelos gurdiões kemalistas. Já teve a sua importância e o seu tempo, mas agora está claramente a mais. E a comparação de Erdogan não me parece descabida. Até porque se trata de um mero exercício de liberdade, e não de qualquer imposição religiosa que justificasse tais intervenções das inst^ncias judicias superiores.
Poderei estar a reduzir tudo a um mero preconceito (?), mas de facto, as imagens de bastonadas nas ruas que vamos vendo na V, não ajudam o senhor Erdogan em nada. Continuo desconfiado, embora seja fácil reconhecer que pese toda a propaganda, o sr. Mustafá Kemal apossou-se do poder de uma forma, diga-mos... controversa. Fez o que o Xá tentou executar no Irão, mas 4 décadas mais cedo e beneficiando da conjuntura internacional, etc. Teve sorte.
A tão bela e nao menos magnifica mesquita azul...
A manutenção do estado laico, especialmente na Turquia é fundamental. Apesar de todos os defeitos que a democracia turca possa ter, a verdade é que uma república laica desde da década de 20 (1923) com o fim do império Otomano, um raro exemplo para o Islão, senão o único!
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