quarta-feira, 4 de junho de 2008

Assim vai a diplomacia cultural portuguesa

Recebo, atrasada, a notícia há muito esperada: o IPOR (Instituto Português do Oriente) encontra-se em ruptura financeira e já nem dinheiro tem para pagar aos funcionários. Resultado de amadorismo, inépcia e completa ausência de informação de base sobre como fazer e manter a actividada daquele que foi, no tempo do saudoso António Vasconcellos de Saldanha, um modelo de diplomacia cultural portuguesa na Ásia, ao actual IPOR só resta fechar as portas, vender as carpetes e lavrar epitáfio. É uma pena e uma grandessíssima vergonha para a imagem de Portugal, das nossas embaixadas, dos nossos leitores e lusófilos que se tenha dissipado por inveja o árduo trabalho de planeamento e execução que Saldanha por ali realizou. Onde quer que se vá, aqui na Tailândia, como na Malásia, na Indonésia, no Vietname e na China, o coro é unânime: "no tempo do Saldanha as coisas começaram a brilhar, falavam de nós, tinham respeito pelas nossas edições, pelas nossas conferências e colóquios; agora, é a apagada e vil tristeza".

Miguel Castelo-Branco in Combustões

3 comentários:

Paulo Soska Oliveira disse...

Apesar de não gostar muito do seu modelo de exposição lectiva, mantenho a minha ocnvicção de que o Prof. Saldanha sempre se pautou pelo rigor e disciplina pessoal.

Pela primeira vez em muitos anos, critérios rigorosos na Coordenação da Licenciatura em RI no ISCSP.
Avaliações rigorosas dos relatórios.

Um bem-haja ao desenvolvimento da Academia.

Pedro Fontela disse...

Não conheço a actuação do instituto para poder dizer que é boa ou má mas parece-me que há aqui questões de príncipio que não foram observadas pelo governo. Não se pode querer poupar em coisas que são de "honra de estado e cultura", ou pelo menos devia-se ter o orgulho cultural para não o fazer...

Nuno Castelo-Branco disse...

O Saldanha não é "rotativo", pois não? Não anda de avental, pois não? Nem se autoflagela, pois não?
Pois...