Com a devida curiosidade fui descobrir que Mitt Romney tem como antepassado o pintor George Romney. E como até sou um curioso da genealogia, fui à procura das devidas árvores genealógicas dos restantes candidatos à presidência norte-americana, e outras figuras.
Eis que "descobri" que tanto Clinton (o Bill), como Bush, como Obama, descendem, segundo o Geneall, de Guilherme I, o Conquistador de Inglaterra. E tanto Bush como Clinton são ainda descendentes de D. Afonso Henriques. (É o que indicam as "bolinhas" cuja legenda está aqui).
Descobri ainda este site, onde se encontram bem detalhadas todas as árvores genealógicas de todos os candidatos e outras figuras como senadores e governadores.
Fui depois pesquisar que Universidades os diversos candidatos frequentaram. Obama estudou em Columbia e Harvard. Hillary, depois de Wellesley, seguiu para Yale. McCain, por seu lado, cursou na Academia Naval. Ron Paul estudou na Universidade de Gettysburg. Romney em Stanford, Brigham e Harvard. Huckabee formou-se em teologia em duas pequenas universidades. Edwards cursou na North Carolina State University. Gravel depois da experiência militar, estudou em Columbia.
Assim como que a obedecer à Lei de Ferro da Oligarquia de Robert Michels, que nos diz que o poder nunca sai das elites, se verifica que neste caso, mesmo com atípicos candidatos como Hillary e Obama, ela mulher, ele muçulmano e negro, ainda que não se observe na totalidade a típica regra Male WASP (White Anglo-Saxon Protestant), não deixam os candidatos de pertencer à elite e, na sua maioria, descender de nobres e antigas linhagens europeias.
Por outro lado, apesar dos backgrounds diversificados, todos eles obtiveram graus académicos, tendo uns estado nas grandes universidades (não menosprezar o facto de a grande maioria dos Presidentes norte-americanos terem cursado na Ivy League), outros noutras mais pequenas, Huckabee ligado à religião e Gravel e McCain, por seu lado, pertencem a famílias com tradição militar e como tal seguiram também essa via.
Numa sociedade de matriz puritana protestante que se arroga de ser a chamada "terra da oportunidade", não deixa de ser interessante verificar que a mobilidade social vertical talvez não seja tão ampla como parece à primeira vista, até porque quando se trata da Presidência, tendem a aparecer sempre os que estão ligados aos valores tradicionais e conservadores, que se apresentam como estáveis e socialmente aceitáveis, como o sejam os valores ligados às grandes universidades, à religião e à tradição militar. Daí que a análise do Nuno sobre Obama seja certeira quando nos diz que:
"Obama é conservador e prova disso, é a irresistível atracção que exerce sobre uma franja não negligenciável dos republicanos. Mesmo a sua imagem, parece absolutamente convincente e genuína. A forma de vestir, a sua casa e família, não são consequência de uma varinha de condão dos image makers contratados às agências competentes. Obama atrai os conservadores, pela autenticidade. Tem tudo para afastar a nossa "esquerda" doméstica, sempre à procura de um híbrido de Bonaparte com Afonso Costa."
A conclusão a retirar, embora não seja novidade para ninguém, é que em termos políticos a sociedade norte-americana é de um conservadorismo avassalador (até porque mesmo muitos Democratas se considerados à luz do espectro das ideias políticas europeias terão fortes características conservadoras), reflexo de uma matriz social puritana protestante e contratualista, que quer os seus interesses políticos assegurados por alguém que prossiga uma política que não se encontre desprovida e desligada de uma moral fortemente impregnada de valores religiosos, o que é certamente perigoso quanto a determinadas acções como a chamada "Guerra contra o Terrorismo", que é bem reflexo do que Huntington avisa no "Choque de Civilizações". Se de um lado estão os fanáticos muçulmanos, do outro estão os fanáticos puritanos, uma espécie de Israel moderado, e no meio estão os sempre hesitantes Europeus, que nem vão pelo multi-culturalismo, a braços que estamos com a problemática da imigração, mas que também não se deixam levar pelas ideias peregrinas e de Cruzada norte-americana de expansão da democracia liberal como fim da História, como pensa Fukuyama.
Portanto, considerando alguns padrões que sempre se podem encontrar nos candidatos à Presidência, certas características nas quais está baseada a sociedade norte-americana e tendo ainda em linha de conta o marketing político a que quer Democratas, quer Republicanos obedecem, até que ponto não se poderá hoje dizer que a diferença ideológica entre os dois pólos do espectro não será já muito diminuta, sendo que a acção futura em termos de liderança interna e política externa poderá não ser assim tão diferente entre os candidatos derradeiros, mais próximos do chamado centrão?
Eis que "descobri" que tanto Clinton (o Bill), como Bush, como Obama, descendem, segundo o Geneall, de Guilherme I, o Conquistador de Inglaterra. E tanto Bush como Clinton são ainda descendentes de D. Afonso Henriques. (É o que indicam as "bolinhas" cuja legenda está aqui).
Descobri ainda este site, onde se encontram bem detalhadas todas as árvores genealógicas de todos os candidatos e outras figuras como senadores e governadores.
Fui depois pesquisar que Universidades os diversos candidatos frequentaram. Obama estudou em Columbia e Harvard. Hillary, depois de Wellesley, seguiu para Yale. McCain, por seu lado, cursou na Academia Naval. Ron Paul estudou na Universidade de Gettysburg. Romney em Stanford, Brigham e Harvard. Huckabee formou-se em teologia em duas pequenas universidades. Edwards cursou na North Carolina State University. Gravel depois da experiência militar, estudou em Columbia.
Assim como que a obedecer à Lei de Ferro da Oligarquia de Robert Michels, que nos diz que o poder nunca sai das elites, se verifica que neste caso, mesmo com atípicos candidatos como Hillary e Obama, ela mulher, ele muçulmano e negro, ainda que não se observe na totalidade a típica regra Male WASP (White Anglo-Saxon Protestant), não deixam os candidatos de pertencer à elite e, na sua maioria, descender de nobres e antigas linhagens europeias.
Por outro lado, apesar dos backgrounds diversificados, todos eles obtiveram graus académicos, tendo uns estado nas grandes universidades (não menosprezar o facto de a grande maioria dos Presidentes norte-americanos terem cursado na Ivy League), outros noutras mais pequenas, Huckabee ligado à religião e Gravel e McCain, por seu lado, pertencem a famílias com tradição militar e como tal seguiram também essa via.
Numa sociedade de matriz puritana protestante que se arroga de ser a chamada "terra da oportunidade", não deixa de ser interessante verificar que a mobilidade social vertical talvez não seja tão ampla como parece à primeira vista, até porque quando se trata da Presidência, tendem a aparecer sempre os que estão ligados aos valores tradicionais e conservadores, que se apresentam como estáveis e socialmente aceitáveis, como o sejam os valores ligados às grandes universidades, à religião e à tradição militar. Daí que a análise do Nuno sobre Obama seja certeira quando nos diz que:
"Obama é conservador e prova disso, é a irresistível atracção que exerce sobre uma franja não negligenciável dos republicanos. Mesmo a sua imagem, parece absolutamente convincente e genuína. A forma de vestir, a sua casa e família, não são consequência de uma varinha de condão dos image makers contratados às agências competentes. Obama atrai os conservadores, pela autenticidade. Tem tudo para afastar a nossa "esquerda" doméstica, sempre à procura de um híbrido de Bonaparte com Afonso Costa."
A conclusão a retirar, embora não seja novidade para ninguém, é que em termos políticos a sociedade norte-americana é de um conservadorismo avassalador (até porque mesmo muitos Democratas se considerados à luz do espectro das ideias políticas europeias terão fortes características conservadoras), reflexo de uma matriz social puritana protestante e contratualista, que quer os seus interesses políticos assegurados por alguém que prossiga uma política que não se encontre desprovida e desligada de uma moral fortemente impregnada de valores religiosos, o que é certamente perigoso quanto a determinadas acções como a chamada "Guerra contra o Terrorismo", que é bem reflexo do que Huntington avisa no "Choque de Civilizações". Se de um lado estão os fanáticos muçulmanos, do outro estão os fanáticos puritanos, uma espécie de Israel moderado, e no meio estão os sempre hesitantes Europeus, que nem vão pelo multi-culturalismo, a braços que estamos com a problemática da imigração, mas que também não se deixam levar pelas ideias peregrinas e de Cruzada norte-americana de expansão da democracia liberal como fim da História, como pensa Fukuyama.
Portanto, considerando alguns padrões que sempre se podem encontrar nos candidatos à Presidência, certas características nas quais está baseada a sociedade norte-americana e tendo ainda em linha de conta o marketing político a que quer Democratas, quer Republicanos obedecem, até que ponto não se poderá hoje dizer que a diferença ideológica entre os dois pólos do espectro não será já muito diminuta, sendo que a acção futura em termos de liderança interna e política externa poderá não ser assim tão diferente entre os candidatos derradeiros, mais próximos do chamado centrão?
Um comentário:
Não encontrei o fio à meada que me levasse o Clinton a D. Afonso I
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