Tudo normal, na ilha dos furacões. O progresso material espelha-se nos enormes e reluzentes espadas americanos estacionados à porta das grandes mansões coloniais recém restauradas. As lojas de artigos de luxo, rivalizam com os hipermercados a abarrotar de produtos saídos das unidades de produção socialista. Os trinta e cinco partidos convocam sessões de esclarecimento, afixam enormes outdoors onde surgem risonhas e bem nutridas faces de candidatos às eleições gerais. A moeda cubana ultrapassou o Dólar americano e rivaliza com o Euro na corrida ao entesouramento pelos grandes bancos mundiais. A polícia política , há muito transformada em ASAE, vigia pela excelência dos serviços a prestar aos miseráveis turistas que dos países capitalistas, vêm vislumbrar essa Nova Atlântida, erguida sobre o colossal pensamento progressista de Lenine. É esta a Cuba de hoje, ao escutarmos os ditirambos aplicados pelos comentadores dos media, ao reformado señor Fidel Castro. Este, confortavelmente instalado numa suite com ar condicionado, continua vigilante. Entre uma muda de algália e uma limpeza às escaras, vai velando pelo porvir do gigantesco putódromo em que transformou a ilha de Cuba, mãe de grandes e portentosas tempestades.
Boa sorte, Ramón!
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
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Um comentário:
É verdade, estive em Cuba há um ano. É mesmo aquilo que você chama de "putódromo". Um buraco decadente onde se vendem por um sabão.
Pedro Matias
Lisboa
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