O grande mito do nosso tempo reside precisamente aqui: o de fazer crer que somos todos iguais. O grande erro é o de fazermos das elites povo, atrelando-as ao estômago e à sardinha a fumegar numa broa saída do forno. Antes, ensinava-se na academia que morrer era um privilégio reservado àqueles que serviam as pátrias. Hoje, ensina-se-lhes tabelas remuneratórias, sociologia e outras fantasias. As estátuas que povoam os nossos jardins, praças e avenidas não são propriamente as de comedores de caracóis ou libadores de néctares.
Miguel Castelo-Branco in Combustões.
Miguel Castelo-Branco in Combustões.
2 comentários:
Este é, como infinitos mais, um excelente excerto do Miguel na linha do que por cá melhor se diagnostica!
O Mal-Estar profundo português existe e existe a subversão dos valores mais excepcionais e nobres! Há quem só o diga e quem só o combata: o Miguel faz ambas as coisas, escrevendo.
PALAVROSSAVRVS REX
Já li o texto original no Combustões. O autor acerta no que diz. Basta olhar para quem tem tempo de antena e vemos logo o que por aí vai.
Pedro Matias
Lisboa
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