Só nos faltava mais esta... estava eu a matar o tempo e a ouvir um interessante debate/programa de pseudo informação no canal 1 da RTP quando me deparo com a seguinte afirmação:" a culpa das cheias tem a ver com os erros urbanísticos cometidos na dec. de 60 em Portugal"...
Ó meus amigos vamos lá ver se nos entendemos: o antigo regime já acabou há mais de 30 anos, o êxodo dos meios pequenos e das cidades do interior para o litoral aconteceu (na sua maior parte) a partir da déc. de 80, a corrupção do Poder Autárquico é um fenómeno do pós 25 de Abril (quem não teve já experiências interessantes/desgastantes com serviços camarários...), as construções selvagens em betão por todo o lado aconteceram nos finais da déc 70 e princípio dos anos 80, o lobby das empresas de betão surgiu com o crescimento desenfreado das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o fim do verdadeiro mercado de arrendamento de habitação surgiu quando?!! ... então expliquem lá o que é que o antigo regime tem a ver com isto??
Há mais de 20 anos que ouço o Engº Ribeiro Telles dizer: não construam em linhas de água nem em terrenos agrícolas, a construção não pode ser só betão ... Então este homem não é do antigo regime?! Este homem não nos anda a avisar há anos?! Pois é mas nunca o quisemos ouvir nem ler os conselhos que escreveu enquanto vereador da CML. É uma vergonha esta geração de políticos não assumir a falta de preparação para o exercício de poder, e pior, não assumir que não é capaz porque em tempo não se preparou o suficiente e passa mais tempo a fazer marketing politico, para enganar populações e sustentar o regime.
Sinceramente esperava mais, sobretudo que esta geração assumisse os erros que cometeu e desta forma evitasse que as asneiras se perpetuem, e melhor ainda, concluírem que o exercício de poder e a prática politica nacional com base no princípio do verdadeiro interesse nacional não está ao alcance de todos! Populações desalojadas, mortes, interrupção de ligações entre o Norte e Sul de um país com 500 km após umas chuvas, é uma anedota!
O Estado devia estar, hoje, verdadeiramente sentido! Mais, dizerem que isto ainda é o resultado de práticas de planeamento do território do anterior regime só pode ser uma piada de muito mau gosto, sobretudo para as vítimas, sim porque nestes debates das vítimas ninguém fala, nem ninguém quer saber... mais uma vez a culpa vai morrer solteiríssima! Deixem lá o antigo regime em paz! Já morreu e está enterradissimo!
Façam o que vos compete, governem bem e com sentido, e parem com esta propaganda medíocre. É que o país está verdadeiramente... sentido!
Ó meus amigos vamos lá ver se nos entendemos: o antigo regime já acabou há mais de 30 anos, o êxodo dos meios pequenos e das cidades do interior para o litoral aconteceu (na sua maior parte) a partir da déc. de 80, a corrupção do Poder Autárquico é um fenómeno do pós 25 de Abril (quem não teve já experiências interessantes/desgastantes com serviços camarários...), as construções selvagens em betão por todo o lado aconteceram nos finais da déc 70 e princípio dos anos 80, o lobby das empresas de betão surgiu com o crescimento desenfreado das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, o fim do verdadeiro mercado de arrendamento de habitação surgiu quando?!! ... então expliquem lá o que é que o antigo regime tem a ver com isto??
Há mais de 20 anos que ouço o Engº Ribeiro Telles dizer: não construam em linhas de água nem em terrenos agrícolas, a construção não pode ser só betão ... Então este homem não é do antigo regime?! Este homem não nos anda a avisar há anos?! Pois é mas nunca o quisemos ouvir nem ler os conselhos que escreveu enquanto vereador da CML. É uma vergonha esta geração de políticos não assumir a falta de preparação para o exercício de poder, e pior, não assumir que não é capaz porque em tempo não se preparou o suficiente e passa mais tempo a fazer marketing politico, para enganar populações e sustentar o regime.
Sinceramente esperava mais, sobretudo que esta geração assumisse os erros que cometeu e desta forma evitasse que as asneiras se perpetuem, e melhor ainda, concluírem que o exercício de poder e a prática politica nacional com base no princípio do verdadeiro interesse nacional não está ao alcance de todos! Populações desalojadas, mortes, interrupção de ligações entre o Norte e Sul de um país com 500 km após umas chuvas, é uma anedota!
O Estado devia estar, hoje, verdadeiramente sentido! Mais, dizerem que isto ainda é o resultado de práticas de planeamento do território do anterior regime só pode ser uma piada de muito mau gosto, sobretudo para as vítimas, sim porque nestes debates das vítimas ninguém fala, nem ninguém quer saber... mais uma vez a culpa vai morrer solteiríssima! Deixem lá o antigo regime em paz! Já morreu e está enterradissimo!
Façam o que vos compete, governem bem e com sentido, e parem com esta propaganda medíocre. É que o país está verdadeiramente... sentido!
Um comentário:
Há qualquer coisa de insólito na nossa sociedade. Se atendermos apenas à cidade de Lisboa, verificamos que esta, propriamente dita e sem as excrescências que menciona no seu texto, permanece a mesma desde a primeira década do século XX, isto é, a Lisboa que interessa, com características próprias. É para todos evidente, que a Baixa, a Avenida, os bairros ocidentais, as Avenidas Novas e a "almirante Reis", nasceram já há mais de cem anos. O Estado Novo construiu o eixo Areeiro/Av. de Roma e já no seu epílogo, os novos Olivais, praticamente já fora de portas. Ora, a Lisboa deste regime, é a Lisboa das Telheiras, de Chelas da grande Benfica, do inferno da calçada de Carriche, do pretensiosismo ghetizador da "Alta de Lisboa" e concomitantemente, todo o desastre nacional que é a chamada cintura da capital, que se iniciando no Campo Grande (para norte e para leste) e em Benfica (em direcção a Sintra), criou o Moloch que hoje é causa de tantos dissabores. Telles tinha efectivamente razão. Nisso e noutras causas que todos conhecem.
Assim, não vale a pena alijar as culpas para cima de cadáveres há muito enterrados. Do regime, temos os centros comerciais, a selva de betão que engole e miserabiliza a capital e um consumismo incomportável. Triste herança a deixar aos vindouros.
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