quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Pontapés na gramática portuguesa

A propósito disto lembrei-me de um episódio que aconteceu há uns dias. Estava eu a conversar com uma licenciada em Língua Portuguesa que me dizia que a a palavra "inverdade" não existe, não é correcta. Logo de seguida diz-me que "gordurosa" é um arcaísmo que também não está correcto segundo o português moderno, revelando-me que deveria dizer "gordurenta". Passado uns segundos estávamos a falar já nem sei de quê e diz-me ela "Ele fê-ze-as".

A maioria das pessoas normalmente conjuga mal os verbos quando devem dizer por exemplo "fê-las". Mas uma licenciada em Língua Portuguesa armada em sabichona e a seguir para além dos "bués", que ainda se leva como normal hoje em dia, diz-me "fê-ze-as" ou "fêze-as" que eu nem sei como isto se escreve, porque aliás não se escreve nem se diz, porque isso sim não existe, e "o burro sou eu?". Correndo o risco de plagiar Vital Moreira, só dá vontade de dizer "um pouco mais de rigor s.f.f".

4 comentários:

Anônimo disse...

Uma do mesmo calibre aconteceu aqui, na escola do segundo ciclo, onde uma professora, num teste escrito, pedia aos alunos "deia exemplos"...

Samuel de Paiva Pires disse...

Muito bom! O nosso ensino está cada vez melhor! Infelizmente, não é de admirar quando vemos pessoas da minha geração e mais novas a escrever e falar com erros gravíssimos, quando já os próprios professores dão o mesmo tipo de erros.

Orlando Braga disse...

"Inverdade" existe e é correcto. "Gorduroso" existe e é correcto. Tem a certeza que a senhora era licenciada em Língua Portuguesa?!

Samuel de Paiva Pires disse...

Certeza não tenho meu caro Orlando, mas pelo que contou das peripécias da faculdade parece-me que não estaria a mentir. E ainda me chegou a dizer que está a planear começar a fazer um mestrado...