Recordo-me de uma personagem que não sei se ainda anda pelos corredores lá da faculdade, um ilustre arregimentador ao serviço da xuxaria, que para levar os caloiros a filiarem-se na JS atingia-os logo nos primeiros dias, antes que aprendessem alguma coisa com os poucos bons professores que por lá andam, com a seguinte pergunta: "Preocupas-te mais com o económico ou com o social?". Se o visado respondesse que se preocupava mais com "o económico" era veementemente repudiado. Se, pelo contrário, se mostrasse mais preocupado com "o social", era logo elogiado e convidado a fazer parte da JS. Alguns dos melhores argumentos de que me recordo eram ainda os fantásticos "vem para a JS pelo convívio" ou "vem para a JS fazer amigos".
Amigos, pois está bem. Não sei se é pelo meu ar de poucos amigos ou se transpiro que sou de direita, mas pelo menos a mim nunca me interpelaram com tais argumentos ou convites para me filiar. E a pena que eu tenho, que eu gostava mesmo era de ir abanar bandeiras com os velhotes de Cabeceiras de Basto trazidos até Lisboa por altura das eleições que António Costa venceu para a Câmara Municipal de Lisboa..
Mas continuando, o episódio que relato demonstra a precariedade de uma distinção primitiva entre esquerda e direita que de forma demagógica vai servindo os propósitos da arregimentação. Porém o que nos interessa é que depois da chamada "bomba" de Vargas Llosa, símbolo da direita em Espanha, que o El País reporta:
"Me considero liberal, me siento cercano al Partido Popular desde el punto de vista económico" y de su “defensa de la unidad española", pero "no me siento en absoluto representado por las actitudes conservadoras, opuestas por ejemplo al laicismo, la separación de Iglesia y Estado y de la creación de una sociedad laica", escribe Vargas Llosa.
El novelista, de 71, considera que "el matrimonio homsexual, el derecho a adoptar de las parejas homsexuales son medidas progresistas que aumentan la libertad y los derechos humanos". Es en nombre de la defensa de la laicidad que se ha unido a UPD (Unión, Progreso y Democracia), un partido fundado por la exeurodiputada socialista Rosa Díez, y un filósofo, Fernando Savater. Vargas Llosa apoyó la fundación del partido en septiembre de 2007.
Acontece que um ou uma tal jornalista de nome Cadi Fernandes escreveu um daqueles artigos que só dão razão a muitos dos que dizem que alguns jornalistas são muito ignorantes. Prima é pela originalidade pois distingue que quem apoia o matrimónio de homossexuais é de esquerda, quem não apoia é de direita. Ficamos esclarecidos.
Sem mais, limito-me, tal como o AMN, a citar o Pedro Marques Lopes:
Para a jornalista ou jornalista Cadi Fernandes o facto de se apoiar a adopção por homossexuais ou casamentos entre pessoas do mesmo sexo, quer dizer que se é de esquerda. Pronto. Cadi descobriu a pólvora. A partir de agora basta perguntar se se é a favor dos casamentos entre homossexuais para se ficar a conhecer todo o pensamento político de um indivíduo. Vem isto a propósito de uma tomada de posição de Mário Vargas Llosa acerca destes dois temas. Cadi não hesita: Llosa é de esquerda. As posições do escritor sobre o papel do Estado na educação, cultura, saúde, segurança social, as liberdades individuais, o papel do indivíduo, os impostos, a segurança, questões das migrações, para só ditar algumas, não interessam nada. O que conta são os casamentos dos homossexuais e as adopções. O facto do autor peruano dizer que, segundo a sua opinião, são medidas que aumentam a liberdade e os direitos humanos faz Cadi reforçar a sua ideia: Liberdade e direitos humanos, logo esquerda. Sim senhor, estou esclarecido.
Amigos, pois está bem. Não sei se é pelo meu ar de poucos amigos ou se transpiro que sou de direita, mas pelo menos a mim nunca me interpelaram com tais argumentos ou convites para me filiar. E a pena que eu tenho, que eu gostava mesmo era de ir abanar bandeiras com os velhotes de Cabeceiras de Basto trazidos até Lisboa por altura das eleições que António Costa venceu para a Câmara Municipal de Lisboa..
Mas continuando, o episódio que relato demonstra a precariedade de uma distinção primitiva entre esquerda e direita que de forma demagógica vai servindo os propósitos da arregimentação. Porém o que nos interessa é que depois da chamada "bomba" de Vargas Llosa, símbolo da direita em Espanha, que o El País reporta:
"Me considero liberal, me siento cercano al Partido Popular desde el punto de vista económico" y de su “defensa de la unidad española", pero "no me siento en absoluto representado por las actitudes conservadoras, opuestas por ejemplo al laicismo, la separación de Iglesia y Estado y de la creación de una sociedad laica", escribe Vargas Llosa.
El novelista, de 71, considera que "el matrimonio homsexual, el derecho a adoptar de las parejas homsexuales son medidas progresistas que aumentan la libertad y los derechos humanos". Es en nombre de la defensa de la laicidad que se ha unido a UPD (Unión, Progreso y Democracia), un partido fundado por la exeurodiputada socialista Rosa Díez, y un filósofo, Fernando Savater. Vargas Llosa apoyó la fundación del partido en septiembre de 2007.
Acontece que um ou uma tal jornalista de nome Cadi Fernandes escreveu um daqueles artigos que só dão razão a muitos dos que dizem que alguns jornalistas são muito ignorantes. Prima é pela originalidade pois distingue que quem apoia o matrimónio de homossexuais é de esquerda, quem não apoia é de direita. Ficamos esclarecidos.
Sem mais, limito-me, tal como o AMN, a citar o Pedro Marques Lopes:
Para a jornalista ou jornalista Cadi Fernandes o facto de se apoiar a adopção por homossexuais ou casamentos entre pessoas do mesmo sexo, quer dizer que se é de esquerda. Pronto. Cadi descobriu a pólvora. A partir de agora basta perguntar se se é a favor dos casamentos entre homossexuais para se ficar a conhecer todo o pensamento político de um indivíduo. Vem isto a propósito de uma tomada de posição de Mário Vargas Llosa acerca destes dois temas. Cadi não hesita: Llosa é de esquerda. As posições do escritor sobre o papel do Estado na educação, cultura, saúde, segurança social, as liberdades individuais, o papel do indivíduo, os impostos, a segurança, questões das migrações, para só ditar algumas, não interessam nada. O que conta são os casamentos dos homossexuais e as adopções. O facto do autor peruano dizer que, segundo a sua opinião, são medidas que aumentam a liberdade e os direitos humanos faz Cadi reforçar a sua ideia: Liberdade e direitos humanos, logo esquerda. Sim senhor, estou esclarecido.
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