A notícia conclusiva da semana, foi sem dúvida, a recusa do indigitado director da PJ do Porto, em assumir o cargo que previamente aceitara. É mais um exemplo entre muitos, de recusa do exercício de funções de grande visibilidade pública e responsabilidade política. Não se tratando de qualquer auto-reconhecimento de incapacidade para o cargo, o putativo resignatário - antes da efectiva tomada de posse -, corajosamente alertou a opinião pública, acerca de um dos grandes males que, paulatina mas irreversivelmente, vai corroendo o nosso tecido social: a calúnia e a baixa intriga de contornos difusos e perigosos, porque destrói reputações e ameaça pela coacção moral.
Os portugueses amam a crendice nas teorias da conspiração, nascidas em casas sombrias, onde as senhas, códigos de contacto e juras de segredo, compõem o cenário supersticioso e aterrorizante. Inventam-se sempre cumplicidades inter familiares, intentonas de círculos alegadamente abastados - o ouro alheio é matéria ofuscante das razões - e no pior dos casos, cumplicidades decorrentes dos chamados vícios privados, sem que em contrapartida, se demonstrem minimamente hipotéticas virtudes.
Afastando a mera fé estúpida e a intriga onde em qualquer tasca se arrasta pelo lodo a reputação de quem, pelo seu mérito ou por outra circunstância, sobressai da massa anónima, cremos ser evidente, a existência de grupos interessados na manipulação daquela, sempre permeável a descarregar nos "bem aventurados", as frustrações quotidianas, os complexos de inferioridade e a simples mas mortífera inveja.
Se o ataque se dirige geralmente, à "integridade moral" do alvo a abater - enfim, a tudo aquilo que é precisamente mais discutível e na maioria das vezes, completamente irrelevante -, a ameaça assume por vezes contornos ferozes de violência. Violência esta que em conformidade com o carácter do meliante ou denunciante, atingirá preferencialmente quem mais perto está da vítima, isto é, a família. Nada disto é estranho, nem é exclusivo da comunidade portuguesa, porque existe em qualquer parte do mundo. O que se torna revoltante, é a dimensão que atinge no nosso tempo, propagando-se como fogo em palha seca, através de quem mais devia zelar pela liberdade individual e colectiva, ou seja, a comunicação social. Não há dia em que aspectos absolutamente irrisórios da vida deste ou daquele famoso, seja espiolhada sumariamente em letras garrafais, sem que o conteúdo da notícia, corresponda minimamente ao alerta social. A falta de vergonha, a total insensibilidade, a malvada mesquinhez, deveriam apenas merecer como resposta, o nojo. Aquele nojo propiciador de um acesso de vómitos que nos limpe de vez, de toda a porcaria curiosa, indigente e ácida com que copiosamente somos alimentados no dia a dia.
A baixeza de carácter é uma praga que alastra incontrolavelmente e é uma pena verificarmos que os exemplos venham exactamente de onde sempre são esperados: de cima. Que vergonha, meus senhores!
Os portugueses amam a crendice nas teorias da conspiração, nascidas em casas sombrias, onde as senhas, códigos de contacto e juras de segredo, compõem o cenário supersticioso e aterrorizante. Inventam-se sempre cumplicidades inter familiares, intentonas de círculos alegadamente abastados - o ouro alheio é matéria ofuscante das razões - e no pior dos casos, cumplicidades decorrentes dos chamados vícios privados, sem que em contrapartida, se demonstrem minimamente hipotéticas virtudes.
Afastando a mera fé estúpida e a intriga onde em qualquer tasca se arrasta pelo lodo a reputação de quem, pelo seu mérito ou por outra circunstância, sobressai da massa anónima, cremos ser evidente, a existência de grupos interessados na manipulação daquela, sempre permeável a descarregar nos "bem aventurados", as frustrações quotidianas, os complexos de inferioridade e a simples mas mortífera inveja.
Se o ataque se dirige geralmente, à "integridade moral" do alvo a abater - enfim, a tudo aquilo que é precisamente mais discutível e na maioria das vezes, completamente irrelevante -, a ameaça assume por vezes contornos ferozes de violência. Violência esta que em conformidade com o carácter do meliante ou denunciante, atingirá preferencialmente quem mais perto está da vítima, isto é, a família. Nada disto é estranho, nem é exclusivo da comunidade portuguesa, porque existe em qualquer parte do mundo. O que se torna revoltante, é a dimensão que atinge no nosso tempo, propagando-se como fogo em palha seca, através de quem mais devia zelar pela liberdade individual e colectiva, ou seja, a comunicação social. Não há dia em que aspectos absolutamente irrisórios da vida deste ou daquele famoso, seja espiolhada sumariamente em letras garrafais, sem que o conteúdo da notícia, corresponda minimamente ao alerta social. A falta de vergonha, a total insensibilidade, a malvada mesquinhez, deveriam apenas merecer como resposta, o nojo. Aquele nojo propiciador de um acesso de vómitos que nos limpe de vez, de toda a porcaria curiosa, indigente e ácida com que copiosamente somos alimentados no dia a dia.
A baixeza de carácter é uma praga que alastra incontrolavelmente e é uma pena verificarmos que os exemplos venham exactamente de onde sempre são esperados: de cima. Que vergonha, meus senhores!