terça-feira, 4 de março de 2008

Um David entre dois Golias

É difícil ser uma Ucrânia entre dois gigantes, União Europeia e Rússia, que vergam a vontade ucraniana aos seus interesses através das suas capacidades e vantagens materiais quanto às interdependências entre cada um e a Ucrânia:

A Gazprom confirmou que vai reduzir a metade as entregas de gás para a Ucrânia, a partir desta terça-feira, por causa de uma disputa relativa a pagamentos.

A redução anunciada hoje pela Gazprom de 25 por cento destas emissões, junta-se a um outro corte confirmado na segunda-feira também de 25 por cento.

O porta-voz da Gazprom acusou o lado ucraniano de não ter regressado às negociações, tendo Sergei Kupriyanov apelado a uma «rápida resolução de todos os assuntos em suspenso na mesa das negociações».

Segundo Kupriyanov, o gigante do gás russo reclama dos ucranianos o equivalente a cerca de 400 milhões de euros correspondentes a 1,9 mil milhões de metros cúbicos de gás exportados para a Ucrânia.

Por outro lado, o grupo russo confirmou que as exportações de gás «continuam em regime pleno», numa referência ao gás que passa por território ucraniano a caminho de outros países europeus.

Entretanto, a sociedade ucraniana de gás Naftogaz já anunciou que, caso se verifique esta redução, não garante que as entregas de gás para a Europa continuem a ser as mesmas.

Num comunicado, a empresa ucraniana recordou que isso acontecerá se houver perigo para a «segurança energética da Ucrânia».

«Caso a Gazprom continue a violar brutalmente os acordos técnicos entre os dois países baixando as entregas de gás da Ásia Central para a Ucrânia, a Naftogás reserva-se ao direito de proceder a medidas adequadas e assiométricas para proteger os seus consumidores», acrescenta o texto.

No entanto, o chefe da diplomacia ucraniana já garantiu que não haverá qualquer mexida no gás que passa pela Ucrânia a caminho de outros países.

«Asseguro que a Ucrânia fará tudo para que as entregas de gás para a União Europeia continuem normalmente. Estou certo que este conflito será resolvido muito em breve», aformou Volodymyr Ogryzko, que está em visita oficial à Polónia.

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