Fora do PS, a realidade é triste – muito triste. O PC é uma peça arqueológica. O BE é um conjunto avulso de idealistas sem ideários. O CDS é um partido fustigado por suspeitas de corrupção, em vias de extinção e que, provavelmente, não servirá sequer de plataforma para futuras coligações partidárias. E o PSD é uma telenovela mexicana. No PSD, há duas coisas que não entendo. Primeiro, como é possível que os “barões”, hostilizados pelos militantes do partido – as famosas “bases” – continuem com ambições de tomar o poder. É preciso ter lata. Segundo, como é possível que Menezes dispare em tantas direcções e não acerte em nenhuma. A estratégia de colocar Santana Lopes como líder parlamentar até parecia promissora: desgastar Sócrates, que antigamente nos debates da RTP perdia quase sempre para ele, destruir a maioria absoluta do PS e, depois sim, alienar Santana e emergir como líder único do PSD. Infelizmente, a deficiente articulação entre estratégia e operação, representada na pessoa de Ribau Esteves, vai custar ao PSD o resultado que Menezes procura: a derrota da maioria absoluta.
Ricardo Arroja in Portugal Contemporâneo
Ricardo Arroja in Portugal Contemporâneo
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