terça-feira, 1 de julho de 2008
Venham daí connosco
segunda-feira, 30 de junho de 2008
A xícara da Dona Maria
No fim, levava-a para que fosse lavada, e, então , guardava-a, dentro de um saco de papel, no armário, onde no dia seguinte, à mesma hora, a iria buscar, para que se repetisse o ritual...
O ouro, sempre o ouro!
domingo, 29 de junho de 2008
Ainda o Rio Lima
«Junto ao Lima claro e fresco rio,
Que Lethes se chamou antigamente»
Foi cantado por outros poetas, como António Feijó, também ele ali nascido :
«Nasci à beira do rio Lima,
Rio saudoso, todo cristal.
Daí a angústia que me vitima,
Daí deriva todo o meu mal.
É que nas terras que tenho visto,
Por toda a parte onde andei,
Nunca achei nada mais imprevisto,
Terra mais linda nunca encontrei.
São águas claras sempre cantando,
Verdes colinas, alvor de areia,
Brancas ermidas, fontes chorando,
Na tremulina da lua cheia.»
Por terras do "Poeta do Lima"
sábado, 28 de junho de 2008
Mais coincidências
É que também eu pensei oferecer-me um concerto de violino, de preferência Bach, "porque merecia", e lembrei-me de que, algures na confusão de CDs tinha um Oistrakh- não me recordava quais eram, ao certo, os compositores que tocava-, mas já era tarde para o procurar e adiei a busca para esta manhã.
A Verdade da História. 2. Fachoda: Ultimatum britânico à França (1898)
Hoje é véspera do dia
Dos dez/onze anos até ao fim da adolescência, não falhei uma única noitada- muito mais calma, sem martelos de plástico, nunca fui calcada como daquela vez quando fui ao São João de Braga.
Nessa altura, como gostava de andar no carrossel e nos "carrinhos eléctricos"...
E se é certo que o Santo não tem a fama de "casamenteiro", que é a de Santo Antóonio, nem a de "advogado do amor", de São João, patrocinou o namoro dos meus pais: foi só o tempo para o meu pai pedir à minha avó materna que deixasse "a rapariga ir divertir-se".
Deixaram a festa já namorados...
A segurança do PM ou a tentativa falhada de um assassinato à americana
Ainda os feminismos
Se damos poder ao estado para impôr quotas em listas eleitorais, impôr quotas em empresas ou fixar salários arbitrariamente ou de acordo com a agenda de um determinado grupo, como garantimos que ele pára aí? E porque diabo há de ser essa visão de sociedade melhor que a actual ou melhor que a de outro lóbi qualquer?
Michael Seufert in O Insurgente
Plenamente de acordo
Tenho plena consciência de que esta crónica é incompreensível. Fala de duas ideias estranhas. Fala de elites e da responsabilização das elites. O membro de uma elite é alguém que, pelas suas qualidades, se eleva acima dos outros. Numa democracia, a elite é inaceitável. Somos todos iguais. Protestamos todos, em igualdade. A ideia da responsabilização das elites é ainda mais estranha. Ninguém quer responsabilidades. Todos exigem direitos.
João Miranda in DN - O estado das Elites
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Só porque faz um desenho bonito,
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Coisas realmente importantes por esta altura
Mas também oiço Vinícius de Moraes
"Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não"
Coincidências
Favius Claudius Iulianus nasce em Junho de 322 E.C. em Constantinopla, filho do meio irmão do Imperador Constantino (o mesmo que insidiosamente inseriu o Cristianismo no coração do Império) nunca se pensou que a púrpura imperial estivesse no seu destino, mas dadas as reviravoltas da política bizantina só o facto de ter sangue de tal família tornava esse facto uma possibilidade não desconsiderável. Em 337 E.C. Constâncio II (filho de Constantino e um Cristão Ariano devoto) lidera o massacre da família de Juliano num esforço de eliminar rivais à sucessão. Depois de assassinar todos os elementos masculinos de idade da família Constâncio manda prender Juliano e o seu irmão Gallus que são assim educados segundo o Cristianismo Ariano que mais tarde viria a rejeitar em beneficio do paganismo helénico com grandes influências neo-platónicas (mais correctamente era teurgia). Acabou por ser nomeado César do Ocidente em 355 E.C. (no sistema da tetrarquia em vigor na altura existiam dois governantes imperiais seniores, os Augustos, e dois Juniores, os Césares) devido aos conflitos com os persas que necessitavam da atenção Imperial e a sua carreira foi de tal forma fulgurante que ao fim de poucos anos Constâncio já planeava uma forma de ser ver livre dele. Sabia que as tropas Ocidentais eram leiais a Juliano (quanto mais não fosse porque antes tinham sido exploradas e abusadas e Juliano tinha restaurado a sua eficiência e orgulho) e como tal tentou afastá-las to caminho emitindo um édito requisitando as suas tropas para a frente oriental. As tropas revoltaram-se e em Fevereiro de 360 proclamaram Juliano Imperador em Paris. Antes que tudo pudesse passar a uma guerra civil Constâncio II teve a decência de morrer e nomear Juliano como herdeiro no seu testamento.
Ao subir ao trono Juliano rescindiu a tetrarquia de Dioclesiano instaurando um sistema imperial unificado, restaurou a liberdade religiosa quer para pagãos (ao reabrir os templos fechados pelos Cristãos) quer para Cristãos (permitindo que as vozes dissidentes pudessem regressar sem medo do exílio), restaurou a autonomia cívica (permitindo maior liberdade de acção às cidades), restaurou a credibilidade do poder imperial (todo o séquito acumulado pelos imperadores que o precederam em Constantinopla foi dispensado e as a administração voltou a estar nas mãos de um Imperador em vez de eunucos), proporcionou justiça para os que tinha sido abusados (obrigou a Igreja a indemnizar os cultos e templos pagãos que tinham sido destruídos ou que tinham visto a sua propriedade confiscada) e finalmente ele próprio se assumiu com pagão agora que não temia a retribuição da facção Cristã na capital. O seu reinado começou com os melhores presságios, esperava-se um novo Marco Aurélio, uma época de ouro e assim poderia ter sido se pouco depois da sua ascensão não tivesse liderado pessoalmente um expedição desastrosa contra o Império Persa sendo que a 26 de Junho de 363 E.C. morreu vítima de uma lança. Após este triste incidente Joviano, um soldado, foi eleito Imperador e eventualmente iria restaurar as brutais políticas cristãs que tinham sido prática corrente antes de Juliano.
Foi um breve reinado mas cheio de esperança. Para todos os que ambicionavam a reforma do Império, a estabilidade, a Justiça e o retorno ao clássico foi um período de promessas, de um futuro de ouro que estava ao seu alcance se tivessem tempo de o implementar. Não tiveram. Juliano seria o último imperador a dinamizar o Ocidente, o último a reinar como pagão, o último rei-filósofo, o último Imperador a ser iniciado nos mistérios de Elêusis. Foi-lhe dado o cognome de “o apóstata” mas teria sido mais apropriado ser considerado “o restaurador”.
Para as feministas, defensores(as) de quotas e afins
João Gonçalves in Portugal dos Pequeninos
Croniquetas republicanas (8): república vista pelos republicanos
João Chagas, Diário, entrada de 30 de Outubro de 1921 (Paris)
"O Almeida fica. As enormidades, as tolices, os desconchavos que este homem tem dito e escripto! Ninguem no entanto parece dar por isso, pois o seu prestigio cresce! O antigo tribuno da plebe, como elle proprio se intitulava, pede ordem. A ninguem no entanto occorre que elle foi um dos maiores fautores de anarchisação da republica. Ás suas manobras subterraneas, ás suas carbonarias, aos seus pamphletos, aos seus jornaes aggresivos, á sua occa phraseologia revolucionaria deve ella o estado em que se encontra, a braços com o povo que elle desencadeou".
João Chagas, Diário, entrada de 4 de Novembro de 1921 (Paris)
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Só uma sugestão
A poucos quilómetros de Castelo Rodrigo,
Há cento e cinco anos
Carrancas do desTratado de Lisboa
The 5ft 5ins leader has contacted a leading Swiss laboratory because he has become so paranoid about his frame.
Doctors reckon they will be able to add an amazingFIVE INCHES to his height in just over a year.
When surgery is completed he will be an inch taller than his stunning ex-model wife Carla Bruni.
*Nota da redacção: lá no quinto dos infernos, o Bonaparte - outro estrangeiro "francês" - deve andar cheio de inveja...
A imagem que o Nuno
terça-feira, 24 de junho de 2008
O Congresso dos Social-Burocratas
Vivó São João
Ó S. João d'onde vindes
Pela calma, sem chapeu.
Venho de ver as fogueiras
Que me acenderam no ceu
Mas acendem-lh'as cá na terra egualmente! Ou ellas não servissem para queimar as alcachofras, onde as raparigas vêem a sorte dos seus amores! Santos mais milagrosos poderá haver; mais populares não, que elle é a personificação mythica da alegria, e o advogado do amor."
«O Minho Pittoresco»
Do Sentido de Estado
A seriedade é, em primeiro lugar, a conformidade dos sentimentos com as ideias e a conformidade dos actos com os princípios. Tanto na vida pública como na vida privada, a falta de sinceridade desmoraliza e cansa: nenhum regime político que emprega a mentira como método de governação ou que se contenta com verdades convencionais pode ter crédito na alma popular.
Para nós, não há falsas acusações como arma política, nem factos para além daqueles que foram controlados, nem promessas que não sejam a antecipação de um desígnio amadurecido ou de um plano realizado com segurança.
Se somos contra os abusos, as injustiças, as irregularidades da administração, o favoritismo, a desordem, a imoralidade, é porque isso corresponde a uma ideia séria de governação e não a uma atitude política, à sombra da qual cometemos os mesmos abusos e as mesmas injustiças.
(...)
A gravidade da vida não implica necessariamente o luto da tristeza, o pessimismo, o desencorajamento; ela é, pelo contrário, muito compatível com a alegria do povo, as brincadeiras, a graça e o riso. Exige simplesmente que as coisas sérias sejam seriamente tratadas. Eis porque é que as pequenas conspirações de passeata, os planos dos revolucionários desempregados, os projectos que trarão felicidade e abundância apenas porque são publicados no Boletim Oficial, os gabinetes de amigos, as combinações de nepotismo, a distribuição de lugares e a criação do caos de onde sairão depois, espontaneamente, a ordem e a luz, deixam de lado as profundas realidades nacionais e não passam em geral de jogos infantis, de pequenas tragédias familiares, sob o olhar vigilante dos pais.
Portugal começou a "cumprir-se"
Com a morte do Conde D. Henrique, vinha crescendo a importância do fidalgo galego Fernando Peres junto da Condessa viúva, D. Teresa, o que punha em perigo as pretensões autonómicas de um alargado grupo de Cavaleiros do Condado, os quais transferiam agora as suas esperanças para o ainda muito novo D. Afonso Henriques, a quem urgiam neutralizasse aquela maléfica influência, pois que, como refere um ilustre vimaranense, Padre Torquato, «a brevidade com que se ataca os males é remédio deles».
Deste modo, no dia em que se honrava São João, aconteceu, em lugar incerto, mas nas imediações do Castelo, o recontro no qual, nas palavras do General Luíz Maria da Câmara Pires, se jogou "o destino de um povo, a batalha por Portugal"...
E se é certo que só meio século depois, "de trabalhos e proezas militares", como se lê na Bula "Manifestis Probatum", de 23 de Maio de 1179, Alexandre III confirmaria o novo reino e a realeza de D. Afonso, nada de mais verdadeiro do que considerarmos aquele como o primeiro dia de Portugal...
segunda-feira, 23 de junho de 2008
domingo, 22 de junho de 2008
Ainda na Beira Alta
Começámos por olhar as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, feito conde, e Senhor daquela terra por Filipe II, como paga da lealdade à coroa castelhana, mas que o povo, logo que soube da Restauração, na pessoa de D. João IV, destruíu quase totalmente, para, depois de percorrermos aquelas ruas solitárias que conduziam ao Castelo, mandado erigir por D. Dinis após a celebração do Tratado de Alcanizes, apreciarmos o monumento evocativo da Batalha de Salgadela, no ano de 1664, decisiva para a defesa de toda aquela região, e onde se destacou o governador militar da Beira, Pedro Jacques de Magalhães.
sábado, 21 de junho de 2008
Sempre pelo São João
"Há-de ser feita antes do nascer do sol, senão amarga".
Muito cedo lhe foi inculcada a crença nas propriedades calmantes da planta, pelo que lembro, desde sempre, a grande "chocolateira" (era assim que a chamávamos, apesar de nunca ter sido usada para fazer chocolate, e era em barro) com a infusão quente, ao borralho, que tomávamos, invariavelmente, antes de deitar, com bolachas Maria. Era o melhor dos aconchegos...
Celebrações
Este dia 14 que passou (a data não foi assinalada antes por esquecimento meu) celebrava-se em Atenas na antiga Grécia (e os seguidores do Helenismos ainda o fazem ainda que não exactamente da mesma forma) a festa da Bufónia (o assassinato do boi) dedicada Zeus Polieu (Zeus protector da cidade) em que miticamente ao serem deixados alguns bolos de cevada a Zeus um boi teria tido a audácia de os comer; os atenienses gritaram blasfémia e um deles matou o touro com um machado. Percebendo imediatamente que agira mal o assassino foge deixando a cidade entregue às maldições de um Zeus furioso por terem sacrificado um animal que devia ter sido deixado em paz. Desesperados os atenienses enviam representantes a Delfos para falar com Apolo que lhes comunica que a única forma de restaurar a paz dos deuses é trazendo o assassino à justiça e ressuscitar o boi. Como o assassino há muito que havia fugido os atenienses julgaram o machado empunhado na morte do animal e condenaram o objecto (que passou a simbolizar a sua culpa colectiva) a ser atirado ao mar e na impossibilidade de ressuscitar o boi embalsamaram o animal de forma a simbolizar o seu retorno à vida. E foi assim que se passou todos os anos durante séculos.
Coisas do Bairro das Colónias
Responsabilidade Internacional dos Estados, siga...