Existe por aí uma petição pelo "Não ao Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa". Nem sequer é um não à Ratificação do mesmo.
A questão do Acordo Ortográfico, assinado há mais de década e meia, tem sido particularmente mal gerida, não só pelas Necessidades (basta lembrar que Portugal é depositário dos instrumentos de ratificação), mas também a nível interno, pelos governos portugueses, nao conseguindo aplacar as exigências dos agentes sociais e económicos envolvidos no processo. Aqui parece haver poucas dúvidas, e é uma questão que possivelmente irei desenvolver em breve.
A pressão internacional que tem vindo a ser exercida sobre Portugal para ratificar o II Protocolo Modificativo (sim, caros peticionários, há dois), principalmente por parte do Brasil, colocou definitivamente o AO na agenda do dia, com o surgimento de lóbis (olha uma palavra que foi alterada) pró e anti-AO.
Nada contra, até se costuma dizer que é um sinal de maturidade da sociedade civil.
Contudo, esta petição não passa de uma aberração. Se fosse apenas mais uma manifestação do que Castells apelida de autismo electrónico ficava-me por aqui. Mas o objectivo é apresentá-la ao MNE.
Ora atente-se na sintaxe e na retórica da mesma:
Exmo. Sr. Ministro Luís Amado, tivemos conhecimento que é suposto ser aprovado, até ao final do ano de 2007, o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, nesse acordo será, alegadamente, alterado 1,6% do nosso vocabulário. Os signatários desta petição não concordam com a aprovação desse Protocolo, não querem que a Língua Portuguesa, tal como os portugueses a conhecem, seja alterada, exigimos que seja preservada a nossa Língua. Não faz qualquer sentido que este protocolo seja aprovado. Nós não queremos escrever palavras como 'Hoje', 'Húmido', 'Hilariante' sem 'h', não queremos escrever palavras como 'Acção' sem 'c' mudo nem palavras como 'Baptismo' sem 'p' mudo. Queremos continuar a escrever em Português tal como o conhecemos agora. E, tendo em conta o supra exposto, esperamos que o Exmo. Sr. Ministro faça com que este Protocolo não seja aprovado.
E ainda em alguns comentários dos signatários, encontram-se pérolas como:
Mas somos portugueses e temos orgulho na nossa cultura ou somos bestas preguiçosas?
ridiculo (e o acento, caro purista da língua portuguesa?)
Li, e concordo... E muito menos em vez de escrever História, passar a escrever Estória... (tem graça, pensava que até era uma palavra que já existia...)
Ou a minha favorita: "nós somos a língua mãe, não eles!"
Haja paciência...
A questão do Acordo Ortográfico, assinado há mais de década e meia, tem sido particularmente mal gerida, não só pelas Necessidades (basta lembrar que Portugal é depositário dos instrumentos de ratificação), mas também a nível interno, pelos governos portugueses, nao conseguindo aplacar as exigências dos agentes sociais e económicos envolvidos no processo. Aqui parece haver poucas dúvidas, e é uma questão que possivelmente irei desenvolver em breve.
A pressão internacional que tem vindo a ser exercida sobre Portugal para ratificar o II Protocolo Modificativo (sim, caros peticionários, há dois), principalmente por parte do Brasil, colocou definitivamente o AO na agenda do dia, com o surgimento de lóbis (olha uma palavra que foi alterada) pró e anti-AO.
Nada contra, até se costuma dizer que é um sinal de maturidade da sociedade civil.
Contudo, esta petição não passa de uma aberração. Se fosse apenas mais uma manifestação do que Castells apelida de autismo electrónico ficava-me por aqui. Mas o objectivo é apresentá-la ao MNE.
Ora atente-se na sintaxe e na retórica da mesma:
Exmo. Sr. Ministro Luís Amado, tivemos conhecimento que é suposto ser aprovado, até ao final do ano de 2007, o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, nesse acordo será, alegadamente, alterado 1,6% do nosso vocabulário. Os signatários desta petição não concordam com a aprovação desse Protocolo, não querem que a Língua Portuguesa, tal como os portugueses a conhecem, seja alterada, exigimos que seja preservada a nossa Língua. Não faz qualquer sentido que este protocolo seja aprovado. Nós não queremos escrever palavras como 'Hoje', 'Húmido', 'Hilariante' sem 'h', não queremos escrever palavras como 'Acção' sem 'c' mudo nem palavras como 'Baptismo' sem 'p' mudo. Queremos continuar a escrever em Português tal como o conhecemos agora. E, tendo em conta o supra exposto, esperamos que o Exmo. Sr. Ministro faça com que este Protocolo não seja aprovado.
E ainda em alguns comentários dos signatários, encontram-se pérolas como:
Mas somos portugueses e temos orgulho na nossa cultura ou somos bestas preguiçosas?
ridiculo (e o acento, caro purista da língua portuguesa?)
Li, e concordo... E muito menos em vez de escrever História, passar a escrever Estória... (tem graça, pensava que até era uma palavra que já existia...)
Ou a minha favorita: "nós somos a língua mãe, não eles!"
Haja paciência...
3 comentários:
Santa ignorância...perdoai-lhes Senhor que eles não sabem o que dizem...
Ahahah!
de fato! de fato não! de facto, de facto!
mas sabem que se esse acordo depender de algum ato, ato não, acto, acto decisório por parte da camara (ou será câmara?) dos deputados, bem podemos ficar de cú, cú não, bunda, bunda, bunda sentada.
Mas olha! Por aqui a umidade tem aumentado nestes últimos dias. Espera aí falta ali um H.
bom, ok essa foi um bocado seca admito
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